Em um quesito podemos dizer que o Moto Z2 Play competiu com o Samsung S8. O de smartphone com mais vazamentos antes do lançamento. Aliás, tem virado rotina os aparelhos terem suas configurações "vazadas" antes do tempo. Se é uma jogada de marketing para criar buzz, ou se realmente as informações são distribuídas sem autorização por funcionários, bem, isto deixo para você matutar.
O que podemos afirmar é que a Motorola pelo jeito aprendeu a fazer smartphones modulares. Bem verdade que o seu primeiro foi um chute, que confesso, acabou dando certo. Por duas semanas testei o Moto Z2 Play, que chegou com o snap da câmera e o da bateria extra, vou falar mais deles adiante. Sem os snaps, o telefone seria "mais do mesmo", fino, elegante, com uma câmera razoável, que tem a sua protuberância exacerbada, seria até estranho usar ele sem nada acoplado. Esta parte elevada certamente serve como auxílio para sustentar o snap que é "grudado" por magnetismo. A sacada foi boa, além de ter mais espaço para colocar o sensor da câmera, a protuberância serve como apoio. Agora usar sem um snap é "diferente".
O Moto Z2 Play chegou ao Brasil dia 1º de junho, custando R$ 1.999 na versão sem snaps. A versão que recebemos aqui é a edição especial Hasselblad True Zoom, com snap da câmera de zoom ótico de 10x, o preço inicial desta edição é R$ 2.699. Sobre os preços, na avaliação final vou comentar o que achei.
Design e construção do Moto Z2 Play
É fácil falar que o Moto Z2 Play é bonito. Os quesitos que me conferem esta afirmação, são: revestimento em metal, vidro e nada mais, design limpo, sem muitas frescuras, cores neutras e um bom acabamento. Ele é um aparelho largo, assim como a grande maioria dos telefones produzidos pela Motorola.
Atualmente tenho testado o Galaxy S8 junto, poucos dias atrás testamos o LG G6. Os dois flagships tem uma particularidade em comum, eles são mais finos, e tenho gostado deste tipo de telefone. O Z2 Play, assim como Zenfone 3, são largos, mais difíceis de manusear, pode ser que minha opinião seja diferente da sua, mas, opinião é opinião. Tirando a minha birra com smartphones largos, posso garantir que o acabamento e beleza dele são indiscutíveis.
Na parte frontal do aparelho, temos a face toda revestida em vidro. Na área superior, o DUAL-LED flash para câmera frontal, difícil de encontrarmos isto em aparelhos, a alto-falante e o sensor da câmera. Logo abaixo começa a tela Super AMOLED de 5,5". Na área inferior, temos o sensor de impressões digitais que funciona como botão home e também como os botões capacitivos, voltar e multitask.
Os botões de ligar e volume, ficam localizados na face direita do aparelho, já a face esquerda, nada possui. A parte traseira do aparelho temos o sensor da câmera principal, com sua protuberância protuberante (perdão). Nesse sensor também contamos com um DUAL-LED flash. Já na parte inferior, os condutores dos snaps, são eles os responsáveis pela comunicação de dados e energia entre o aparelho e os módulos.
Como já mencionamos antes, é a protuberância da câmera aliada com um imã, que mantém os snaps "grudados" no telefone. Pode parecer que é fácil de cair, mas não, aliás, o magnetismo deixa os módulos bem fixos e é um pouco difícil de removê-los.
Já na parte de baixo ficam localizadas as entradas P2 para os fones e a entrada USB, do tipo C. Não temos alto-falantes localizados na parte inferior, é o mesmo alto-falante usado para as chamadas que fornece o som. Para quem assiste vídeos, foi a melhor posição da saída de som externo, colocar na parte inferior por muitas vezes me fez tapar a saída.
Na caixa, acompanha o fone de ouvidos com cabo flat, para evitar enroscos. O fone é agradável, permite uma boa percepção do áudio além de serem relativamente confortáveis. Além dos fones, acompanha o carregador Turbo de 10 watts, a chave para abertura do compartimento dos cartões SIM, que não é híbrido, portanto, cabem dois nano SIM e mais um MicroSD.
Galeria de fotos do Moto Z2 Play
E você o que achou do design do Moto Z2 Play, quero ver seu comentário abaixo. As dimensões do aparelho são: 156,2 mm de altura, 76,2 mm de largura e incríveis 5,99 mm de espessura (na superfície plana). Como mencionado acima, ter um smartphone fino deste fez com que a protuberância da câmera ficasse ainda mais evidente, e outro ponto fraco é que, quanto mais fino, menos espaço, menos espaço alguma coisa interna deveria diminuir, foi aí que tiraram 300 mAh da bateria dele, comparado com o Z Play, 1mm a menos.
Será que o sacrifício por tornar um smartphone cada vez mais fino é conveniente?
Hardware do Moto Z2 Play
O hardware não é de ponta, afinal este mérito ficará a encargo do futuro Moto Z2, ou quem sabe do Moto X4, mas nem de longe é ruim. Ele é o que chamamos de intermediário premium, um meio termo entre um celular mediano e um top de linha, essa faixa geralmente encontramos por valores entre R$ 1400 - 2000.
A começar pelo processador, um Snapdragon 626 da Qualcomm, acompanhado da GPU Adreno 506, em momento algum notei travamentos em ações cotidianas, os 4GB de memória RAM ajudam e muito o processador a organizar os programas em multitasking. Com 64GB de armazenamento interno, expansível até 2TB usando cartão MicroSD, é um espaço padrão usado por smartphones nesta faixa de preço. Por favor, se você busca um novo smartphone, tente comprar acima de pelo menos 32GB, 16GB já não é nada hoje, principalmente pelo fato do Android "comer" 8GB só com o sistema. As fotos e vídeos estão realmente pesados, portanto, siga este conselho meu.
O conjunto de câmeras
A câmera traseira de 12MP da conta de fotografar objetos próximos com luz moderada a forte. Como ele não conta com um app de câmera "fora do padrão", usando o app do Google você provavelmente vai sofrer fazendo fotos com pouca luz. Digo isso, pois o Zenfone 3 e Zenfone 3 Zoom com o app de câmera da ASUS, aliado ao sensor usado, consegue trazer uma imagem bem melhor que a grande maioria dos smartphones desta categoria, com ele, você simplesmente pede para fazer uma foto em modo pouca luz, basta segurar com firmeza o telefone que terá um resultado agradável. Já com o Moto Z2 Play não foi tão simples. E flash, bem, flash é para ser usado em casos de necessidade, locais onde não há luz alguma, caso contrário, tente não fazer suas fotos com ele. Veremos mais adiante uma galeria com diversas imagens produzidas pelo telefone.
Em condições de luz, ele se sai bem. Se comprar a edição especial com o snap Hasselblad True Zoom, aí você terá 10x de zoom ótico. Eu confesso que amei o snap. Fiz cobertura de evento, visitei um zoológico e pude capturar imagens como as que estão nesta galeria abaixo.
A qualidade da imagem é boa, e o sistema de zoom ótico é encantador. Equipado com o snap de zoom, ele simplesmente foi o melhor smartphone que já usei para cobrir um evento. O conjunto de snaps da bateria e da câmera, me deixaram trabalhar o evento todo e pude ainda ter 50% da carga total do aparelho. Costumo cobrir os eventos usando câmeras de celular mesmo, faço isto já aproveitando para testar a capacidade dos sensores e mostrar nos reviews. Aliás, boa parte dos testes que gravo e faço imagens, tento usar os telefones que tenho a mão para produzir o material. Tento ao máximo trazer para vocês conteúdo que qualquer pessoa portando um destes telefones que testamos aqui, possa fazer.
Como mencionei antes, o app é fraco, apesar de deixar você em modo manual modificar algumas coisas, eu prefiro o Open Camera. Um app free, que tenho usado bastante na produção, tanto para imagens, quanto para vídeos.
A câmera frontal é de 5MP, o que me surpreendeu nele foram dois leds frontais no flash. As fotos da frontal ficam assim:
O vídeo produzido pela câmera traseira é 4K em 30 fps, ou FULLHD 60fps. Você pode ver alguns takes que fiz no review do WenPod SP1+, pule para 6:28min. Também o próximo review do Galaxy S8, será gravado com este telefone.
Em resumo, a câmera principal dele funciona bem, eu destaco os vídeos, que tive um resultado satisfatório. O que peca é um app fraco, que certamente pode ser corrigido com a Google Play. Acoplado ao snap da câmera, aí você terá um salto grande em possibilidades.
A tela
O tamanho de 5,5" em formato 16:9, com resolução FULLHD, tecnologia Super AMOLED e proteção Gorilla Glass. Com 441 ppi, tem a mesma densidade do Moto Z Play. Ela conta com cores bem naturais. Vou colocar aqui uma frase chave, para ver se chegou até aqui na leitura. Nos comentários, comente em maiúsculo, "eu sei o que você escreveu no meio do texto". E depois deixe a sua opinião sobre o telefone, mas calma lá, tem bastante texto ainda.
Bateria
Nós fizemos dois testes na bateria, um usando o snap, que soma 2200 mAh aos já 3000 mAh da bateria principal. Os 3000 mAh não vão te deixar na mão, pelo menos por 1 dia. Conseguimos nos testes chegar a XXX horas de tela ligada, em uso intenso. Estas 5 horas foram ao longo de pouco mais de 13 horas. Já com o snap ativo, conseguimos cerca de 19 horas de uso. E a tela ativa ficou em quase 9 horas.
A power pack funciona como um carregador. Se a bateria não está completa, ela tenta carregar até o fim, quando chegar aos 100%, a power pack vai mantendo este nível até esgotar os seus 2200 miliamperes.
Comparado com seu principal concorrente, o Zenfone 3 Zoom traz 5000 mAh dentro do corpo do telefone, e tem uma duração muito boa. Confere aí o nosso review do Zenfone 3 Zoom.
Sensor de impressões digitais
O sensor posicionado na face frontal do aparelho é cômodo se for utilizar ele sobre a mesa. Podemos dizer que ele funciona bem, todas as vezes foi muito rápido para ler a impressão digital, independente do sentido. Além de ler, podemos configurar o botão para funcionar como os botões capacitivos. Se o usuário quiser, pode aposentar os botões digitais, abrindo espaço para que a tela seja toda utilizada pelo que interessa. Sem os botões na tela, você usa o sensor para realizar as tarefas como "voltar", "home" e "gerenciador de apps". Basta deslizar o dedo da direita para esquerda e voltar uma ação, tocar rapidamente para voltar para a home ou deslizar da esquerda para a direita a fim de ver os apps que você tem em funcionamento.
Performance e benchmarks
A performance é algo elogiável no Moto Z2 Play, como já mencionei antes, em tarefas do cotidiano, não tive de maneira alguma travamentos, é esse ponto que sempre enfatizo, o custo/benefício de um smartphone até 2000 reais é muito maior do que um premium de 4000 reais. A menos que você seja fissurado por games ultra pesados, a diferença não será perceptível.
No AnTuTu o Moto Z2 Play obteve 67.343 pontos. Comparado com os 63710 pontos do Zenfone 3 Zoom e os 62521 do Zenfone 3, podemos garantir que ele ganhou no quesito performance neste teste de benchmark.
Comparativo do Moto Z2 Play com Zenfone 3 Zoom:
Software
Rodando Android 7.1.1, o Moto Z2 Play traz todas as novidades que o Android Nougat pode oferecer. Além delas, podemos contar ainda com as pequenas modificações feitas pela Lenovo no software, dentre elas podemos destacar o Moto gestos, que ao chacoalhar o telefone, abre a câmera. Ao sacudir, liga a lanterna, e muitos outros.
Bem, se você leu os reviews do Moto G5 e G5 Plus, basicamente o software é idêntico, ele é basicão, como os amantes do Android "limpo" gostam. Uma configuração legal é a configuração dos snaps, onde você pode escolher de que forma prefere o power pack deve se comportar ao carregar o smartphone, com opções de Padrão e Modo eficiência. O primeiro, é o modo configurado por, óbvio padrão. Ele carrega o telefone em 100% e descarrega primeiro o power pack. O outro modo deixa o telefone em 80%, aumentando a duração do snap. Para alimentar o snap, o carregador insere a carga no smartphone para só no final começar a alimentar o power pack.
Veredicto
Custando inicialmente R$ 1.999, mas já encontramos por preços menores, o Moto Z2 Play pode sim ser um aparelho a considerar na sua troca. O design dele me surpreendeu, ele fica realmente bom nas fotos. A performance também, passou seus concorrentes na mesma faixa de preço. A bateria não se mostrou mais fraca por ser "menor", mas a espessura reduzida poderia ter dado mais "vida" para o telefone. Sem snaps, vale a pena, com snap, quem sabe apenas o da bateria.
Para ter um smartphone legal, o snap da câmera com zoom, aliado ao da bateria, seria ótimo, mas para isto, serão necessários R$ 2.699 com a edição especial + R$ 200 pelo Power Pack, totalizando R$ 2.899, o que inviabiliza a compra do conjunto. E por R$ 2.199 você tem o pacote especial Power Pack, que é uma boa escolha. Encontrei o valor de R$ 1.999 pela edição Power Pack.
Pontos fortes:
- Design fino, limpo e elegante;
- Câmera frontal com flash dual led;
- Slot não híbrido;
- Bom desempenho;
- Bateria com duração mediana/boa;
- Snaps.
Pontos fracos:
- A exacerbada protuberância da câmera traseira;
- Câmera frontal mediana/baixa;
Preços atualizados do Moto Z2 Play:
O que você achou do aparelho? Vai comprar, não vai? Comente abaixo, quero poder trocar ideias com vocês.
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