O favoritismo de marcas é algo comum, as vezes cego e as vezes justificado, mas tão comum que eu mesmo me acostumei com uma única marca quanto a Smartphones por praticamente uma década. Eu sempre comprei aparelhos celulares da Motorola, se iniciando 10 anos atrás, em 2009, quando ganhei um Motorola Krzr K1 dos meus pais. Não foi meu primeiro celular, mas o Samsung Ultra Edition U700 que eu tinha anteriormente acabou com uma tela quebrada em menos de uma semana, e não foi por descuido, mas simplesmente por uma grande fragilidade. O Krzr K1, um tijolo em comparação ao Samsung anterior, foi o confiável e básico amigo que me acompanhou até o ensino médio. Esse sentimento de durabilidade e funcionalidade se estendeu a marca do aparelho, a Motorola.
Claro que ninguém fazia muitas pesquisas na época, em 2010 eu via meus pais entraram em uma loja qualquer de operadora ou do varejo e comprar fisicamente um celular com base nas explicações rasas dos vendedores por trás dos balcões. Um jovem adolescente tende a tomar como base o comportamento dos adultos mais próximos, e copiar tal comportamento para também nos sentirmos tão adultos quanto.
Construção de fidelidade
Claro que o Motorola K1 ficou obsoleto bem rápido e por recomendação e lógica simples de meus pais eu segui com a Motorola, assim como eles com seus tão antigos (e desejados) Motorola V3. Chegou às minhas mãos então o Motorola EX223, com um teclado QWERTY muito funcional para uma época de muito SMS. E então, por costume, a Motorola seguiu dona dos meus celulares. A linha Moto G se fez regra na minha casa. Se tornaram uma referência de durabilidade, até que anos depois decidi mudar sem surpresa para um novo Motorola. Do Moto G3 eu passei à linha Moto Z e posteriormente Moto Z2. Durante o início de estudos de jornalismo na faculdade, um módulo de câmera me pareceu muito prático e mais barato do que gastar com uma câmera semi ou mesmo profissional (um grande erro e desperdício de dinheiro no final das contas).
A minha afinidade por tecnologia nunca me deixou desinformado. Nunca me considerei cego e fiel a uma marca, mas foi isso que aconteceu. Mesmo com plenas informações e constante acompanhamento de novidades tecnológicas, principalmente em smartphones, segui com o costume de comprar Motorola. Até que 2 anos atrás, em 2018, meu Moto Z2 Play (recentemente comprado) foi roubado durante uma cobertura de bloquinhos de carnaval no centro de São Paulo, felizmente o aparelho era segurado e recebi um novo modelo idêntico. Porém, mesmo na época eu já me encontrava um tanto descontente com o Moto Z2, não por se tratar de um smartphone ruim, mas simplesmente por existir muitos lançamentos e de outras marcas que poderiam ser um melhor custo benefício, mas que impulsivamente e por costume eu não considerei ao substituir meu Moto Z pela sua versão mais atualizada (até mesmo para manter o caríssimo múdulo de câmera funcional). Mas o seguro significaria que eu não teria escolha do smartphone, e que tampouco teria que gastar, sendo assim, fiquei satisfeito o suficiente de não ter um prejuízo ou um novo gasto não planejado.
Questionamento e mudança
Esse Moto Z2, lançado oficialmente em 2016, se manteve firme e forte comigo até dezembro de 2019, quando sua bateria já desligava o aparelho antes dos 20% e sua tela rachou em uma queda. Nesse início de janeiro, então, decidi finalmente trocar de aparelho, e não apenas isso, decidi ignorar o costume religioso que era comprar Motorola para simplesmente analisar o melhor custo benefício e minhas necessidades individuais, junto com toda minha bagagem de redator de tecnologia e smartphones.
Minha escolha então se voltou para a Xiaomi, marca que realmente passa a oferecer características de pelo menos uma gama superior ao seu preço. Optei pelo o que cabia no meu bolso, que me agradou visualmente e que supriria todas minhas necessidades em câmera e games. Agora, em minhas mãos, está um Xiaomi Redmi Note 8, representando uma impactante mudança em interface principalmente.
Mas não se trata de um review, nem de uma recomendação, mas de um relato pessoal cujo objetivo é trazer minha própria experiência para exemplificar como nossa mente relaciona marcas com lembranças, e como, mesmo sem querer, podemos nos fidelizar a determinada marca sem um motivo lógico ou racional. Me diria completamente satisfeito hoje e sem arrependimento de ter feito uma compra errada. Diria também que alguns Motorola foram boas escolhas, outros foram perda de dinheiro que foi resultado de uma compra cega e impulsiva, sem pesquisa, e que outras opções poderiam ter sido muito melhores.
No final das contas, pondero aqui uma conclusão: Será que você compra Apple por realmente se tratar da opção mais lógica? Será que não é apenas fidelidade ou até mesmo fanatismo? Seu Samsung foi uma escolha pesquisada ou um impulso? O dinheiro de cada um é de cada um, mas para todos aqueles que se sentem em dúvida e buscam por informação online, espero que este relato sirva para despertar algum questionamento ou até mesmo sirva para compreender aqueles que se fidelizam a determinado fabricante. No final do dia, a informação é nossa melhor ferramenta para valorizar nosso dinheiro e nossa experiência frente à tecnologia.
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