O Moto G60, até o momento, é o segundo melhor Moto G da linha 2021, atrás do G100. Curiosamente, ele supera o modelo mais poderoso em algumas especificações. Por exemplo, a bateria é maior (6000 mAh contra 5000 mAh) e a câmera principal tem vistosos 108 megapixels, características que chamam atenção.
Sem dúvidas, muitos consumidores podem ficar em dúvida sobre como esse modelo se posiciona no mercado, tanto em relação ao portfolio da Motorola quanto diante da concorrência. São câmeras topo de gama? Ele vale mais que tops de anos anteriores? Saiba que ele está atualmente na nossa lista dos melhores celulares até R$ 2000.
Moto G60 análise: O celular custo benefício da Motorola em 2022?
Ficha técnica
Lançado em abril de 2021, as especificações do G60 o posicionam como um "intermediário avançado", ou seja, acima de aparelhos mais simples. O processador Snapdragon 732G tem bom poder de fogo e, junto com 6GB de RAM e 128GB de armazenamento, compõe um bom conjunto. Outro destaque fica para a tela, que tem 120Hz de taxa de atualização, sendo capaz de exibir movimentos bastante fluidos. As câmeras trazem chamativos 108 megapixels na lente traseira principal e 32 na lente frontal. Fechando o pacote, a bateria de 6000 mAh fica entre as maiores do mercado brasileiro, e empata com a bateria do Moto G9 Power como a maior entregue pela fabricante.
A bateria promete… E entrega
Cumprindo a tendência que a Motorola felizmente vem estabelecendo nos últimos lançamentos, um dos grandes destaques do G60, na prática, é sua autonomia. Em dias de uso intenso, com muita rede social, WhatsApp, YouTube e Spotify, foi comum eu conseguir marcas como 28 horas de uso total sendo 9 com a tela ligada. Tudo isso com o painel funcionando em sua fluidez máxima, o que significa que sim, é possível usá-lo dessa forma sem se preocupar com autonomia, tampouco com aquecimento.
Nas ocasiões em que meu uso foi mais brando, o aparelho conseguiu passar para um segundo dia sem qualquer problema. Ou seja, o G60 é confiável para diferentes perfis de uso, dos mais simples aos mais exigentes. Não houve um dia sequer em que precisei recarregá-lo antes de ir dormir.
Desempenho? Eu queria mais
Se a bateria foi muito bem, minha sensação final sobre a performance foi mista. Adianto: a tela de 120Hz realmente é um barato para navegar pelos menus do sistema e pelos aplicativos, mas o G60, em si, não conseguiu me entregar uma experiência fluida em todo o tempo. Apesar da rápida resposta do display, foram comuns leves quedas de performance ao manipular aplicativos pesados, navegar por páginas extensas da web, entre outros.
Com isso, não afirmo que o G60 é lento, ele só não conseguiu me entregar uma experiência "lisa" como a do G100, por exemplo, ou mesmo de aparelhos similares que testei no passado, como o Google Pixel 4a.
Em jogos, por outro lado, gostei do que vi. Consegui rodar títulos leves e pesados sem problemas, e a tela grande jogou a favor de todos eles. Diria que é justo separar as "engasgadas" no sistema do que foi visto em games.
Câmeras poderiam ser mais impactantes
Os 108 megapixels da lente traseira principal devem ser um dos grandes chamarizes do G60 para quem lê sua ficha técnica. Afinal, esse número se reflete em qualidade? Na verdade, não. Houve momentos em que consegui ótimos resultados com as câmeras, mas também outros de leve decepção.
As selfies funcionaram bem em quase todo o tempo, com nível de detalhes satisfatório e compensação muito boa quando em contraluz. À noite, o aparelho tem um flash frontal que produz resultados decentes, com cores que não ficam artificiais. E a filmagem em 4K na câmera frontal também tem boa qualidade, uma capacidade muito útil para criadores de conteúdo.
Considerando as fotos com a câmera principal, a qualidade é próxima à que eu consegui com o Moto G100. A tonalidade é interessante, a definição também. O HDR poderia ser um pouco mais inteligente, porque algumas fotos em contraluz ou em ambientes claros ainda retornam áreas esbranquiçadas.
O que me incomodou, de fato, em minha experiência, é que o G60 toma decisões estranhas no processamento de algumas fotos. Em alguns tipos de contraluz, quando se toca para focar num objeto à frente, o resultado pode ser uma foto meio escura. Além disso, em paisagens noturnas com muitos pontos de luz, o aparelho pode ter alguma dificuldade pra entregar o melhor foco. Aproximando as imagens, são notáveis pontos "turvos".
O curioso é que, à noite, o G60 me pareceu mais competente que o G100 para focar em objetos à sua frente. A finalização das capturas também tem estilo similar ao do irmão mais caro, com um processamento que mantém os tons escuros em detrimento da clareada clássica de modelos como os Galaxy S. Isso é questão de gosto. O problema, de fato, é a falta de um ajuste fino no software, que pode tropeçar quando não se espera.
Além disso, os 108 megapixels não devem ser considerados grande diferencial. Por padrão, o aparelho tira fotos em 12MP - vários pixels são mesclar os em um para que se obtenha, em tese, imagem mais bem iluminada. Entretanto, tanto em 12MP como quando forcei os 108MP, não foram perceptíveis ganhos em luz ou definição.
Veredicto: Ainda um intermediário interessante
- Visual chama atenção
- Bateria dura muito
- Tem um bom conjunto
- Câmera é boa, mas não como esperado
- Desempenho passa na média
Para tratar do aparelho em si, ele tem boa construção, com acabamento brilhoso e um ótimo leitor de impressões digitais na traseira - ainda uma solução preferível frente a vários leitores embutidos na tela com desempenho ruim. O som é apenas mono, mas tem volume OK. E, curiosamente, a Motorola manteve a função de rádio FM embutida, para quem ainda a busca. A caixa já inclui capinha e fones de ouvido, que estão sendo cada vez mais um diferencial.
Apesar dos meus descontentamentos, este ainda é um Android para lá de digno. Eu gostei bastante de usá-lo, só sinto que poderia ter gostado muito mais se houvesse pequenos ajustes no desempenho e nas câmeras. Assim como no G100, a Motorola garantiu uma grande atualização do Android por aqui - saiu com o 11 e deve ir para o 12. Isso deixa muitos fãs entusiastas um tanto insatisfeitos, mas garante ao menos 2-3 anos de funcionamento atualizado, sem riscos de incompatibilidade com apps.
Quais são os concorrentes?
O Moto G60 tem como concorrência aparelhos competentes como o Galaxy A52 ou o A72 da Samsung, intermediários fortes que saíram este ano. Em relação ao A72, por exemplo, o Moto G vence em autonomia e levemente em performance, mas tem tela menos bonita e perde por pouco na câmera traseira.
A opção do consumidor pode se dar em função da preferência por marca, mas diria que o G60 vale a pena quando atinge a marca de 1800 reais ou menos. Nessa faixa, é um intermediário que pode brilhar por entregar bastante.
Onde comprar?
Abaixo, estão listadas algumas boas ofertas para este smartphone:
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