No decorrer do tempo, ter um bom celular deixou de ser algo luxuoso para se tornar uma necessidade, dado o fato que ele virou uma ferramenta de trabalho nas mãos de muita gente, bem como para estudos, entretenimento ou para se comunicar com os amigos e familiares que estão longe. Mas os elevados preços no mercado têm forçado muita gente a aderir a ideia de comprar um celular usado. Se bem conservado, esse pode ser um ótimo negócio. Entretanto, é bom ficar atento a alguns detalhes para evitar que você caia em uma furada.
Diante desse cenário, o Oficina da Net reuniu uma série de dicas para te ajudar a saber em quais aspectos você deve ficar de olho ao comprar um celular usado, afinal, o barato pode sair caro.
1. Visual
Muitas vezes, apenas o fator visual, isto é, olhar para o celular e avaliar as condições externas, já te ajuda a evitar dor de cabeça. Muitas pessoas são honestas e costumam inserir detalhes e avarias na descrição do produto quando você o encontra à venda pela internet. Entretanto, há também quem prefira esconder esses detalhes e quando você descobrir, pode ser tarde demais.
Se tiver a oportunidade de perguntar ou pedir fotos antes mesmo de combinar qualquer negócio, veja se o produto tem detalhes da carcaça, como rachaduras, trincas na tela, queimaduras e assim por diante. Se em algum momento o vendedor tentou esconder essas situações, já desconfie. Quando tiver a oportunidade de segurar o celular antes de comprá-lo, tire a capinha (caso ele tenha) e analise todos os orifícios, como a saída dos alto falantes, microfone, conector de carregador, botões físicos e assim por diante.
Para descobrir se o aparelho já sofreu alguma queda e o vendedor não te falou, verifique bem as bordas do telefone, se existe alguma irregularidade como um amassado, rachadura ou o acabamento que descascou. Uma boa recomendação e que muita gente esquece, é tirar a gaveta de chip para verificar se ela está em boas condições. Às vezes só de olhar você percebe que ela não deve estar funcionando.
2. Ano de lançamento
Quando se compra um celular zerado na loja, geralmente você vai encontrar modelos novos que foram lançados no máximo a um ano. Mas quando se trata de um celular usado, é preciso ficar atento ao ano de lançamento do celular. Por exemplo, imagine que você esteja de olho em um Galaxy J7 Prime ou no Moto G5, aparelhos lançados em 2017 e que até hoje aparecem nas páginas de vendas da OLX, Facebook Marketplace e por aí vai.
Na época em que foram lançados, eles eram aparelhos que até conseguiam executar bem praticamente qualquer tarefa. Mas hoje em dia, eles provavelmente não vão conseguir oferecer o desempenho esperado ao rodar apps atuais, que tendem a se adaptar às versões mais recentes dos sistemas operacionais. Hoje em dia, com 2 ou 3 GB de RAM, que é exatamente o que o J7 Prime e o Moto G5 oferecem, você vai enfrentar dificuldades até para ler as mensagens do WhatsApp.
Embora tenham sido citados dois celulares Android, o mesmo se aplica aos iPhones com sistema iOS. O iPhone 8, também lançado em 2017, já não é a melhor recomendação para se comprar em tempos atuais, já que ele também oferece 2 GB de RAM. Resumindo, dê preferência para modelos de no máximo três anos de lançamento.
3. Bateria
A saúde da bateria é outro fator importante a ser levado em consideração ao comprar um celular usado. Como todo produto disponível no mercado, celular também tem vida útil e isso geralmente é medido pela saúde da bateria. Isso porque, mesmo que o vendedor tenha tomado todo o cuidado necessário ao carregar o aparelho do jeito certo como o fabricante recomenda, com o tempo, a bateria vai se desgastar.
Para ter certeza que o aparelho ainda tem boas condições de uso, é importante avaliar o estado de saúde da bateria, geralmente baseado em quantos ciclos já foram executados. Se você está comprando um iPhone, é possível checar essa informação pelo seguinte caminho: Configurações > Bateria > Saúde da Bateria.
Se é um celular Android, você vai precisar baixar um aplicativo, como o AccuBattery, que é gratuito e dá várias informações importantes sobre a saúde da bateria do aparelho. Se o aparelho nunca foi aberto e ele já tiver uns três ou quatro anos de uso, o estado da bateria vai estar bem comprometido. Mas se o estado da saúde estiver em condições de uso, você pode questionar o vendedor se já houve alguma troca de bateria e, em caso positivo, se foi escolhido um componente original. Celular com mais três de anos e saúde da bateria maior que 70% pode desconfiar que o aparelho já foi aberto.
4. Sistema operacional
A menos que você esteja comprando um celular usado com o púnico objetivo de fazer chamadas telefônicas, enviar SMS, usar a calculadora e configurar o despertador, você não vai precisar se preocupar com a versão atual do sistema operacional. Isso porque se o Android ou iOS instalado no celular for uma versão muito antiga, você provavelmente não vai conseguir rodar os novos aplicativos disponíveis na Play Store e App Store.
Vamos usar o Galaxy J7 Prime como exemplo novamente. Lançado em 2017, o aparelho chegou com o Android 6 instalado, mas ganhou ainda duas grandes atualizações, chegando então ao Android 8. Caso você não saiba, a Samsung costuma dar até três anos de suporte para aparelhos intermediários, como o J7 Prime, e oferece duas grandes atualizações de sistema. Depois disso, bye bye!
Em pleno 2022, onde já estamos aguardando o Android 13, o Galaxy J7 Prime não vai conseguir executar boa parte dos apps com o melhor desempenho. Na verdade, alguns deles podem nem ser mais compatíveis. Por isso, novamente a dica é que você não compre um celular muito antigo.
5. Portas e conexões
As portas USB e P2 são outros exemplos de problemas comuns que costumam dar dor de cabeça para quem compra um celular usado. É o carregador que não funciona direito ou o fone que falha o tempo todo. Geralmente isso está ligado com as portas físicas, especialmente se for um celular mais antigo. Por isso, antes de comprar, conecte seu carregador, fone de ouvido e faça os testes necessários.
Além disso, é bom ficar atento às antenas internas como Wi-Fi, Bluetooth e dados móveis. Eu já passei por isso ao comprar um Xperia XZ Premium e sofri muito para consertar já que a Sony saiu do Brasil e não encontrava a peça em lugar nenhum. Por isso, antes de comprar, ligue o Wi-Fi e tente buscar e se conectar a redes próximas para ver se está tudo funcionando bem. Aproveite e faça um teste com a sua conexão Bluetooth, como ao conectar o aparelho com outro celular, ou fone de ouvido, smartwatch, caixa de som e assim por diante.
6. Processador e memória
Antes de começar a conversar com o vendedor, é bom se certificar que o celular que você pretende comprar atende às suas necessidades. E isso não tem tanto a ver com o ano de lançamento do aparelho. Na verdade, é bom se certificar quais são as suas especificações, principalmente processador e conjunto de memórias.
Se você procura por um celular Android, a recomendação é que você opte por modelos com processadores octa-core, ou seja, com oito núcleos de processamento, Hoje em dia, qualquer configuração inferior a esta pode não ser capaz de rodar a maioria dos apps e jogos da Play Store. Uma dica: dê preferência para processadores Snapdragon (da Qualcomm) e Dimensity (MediaTek) e de litografia menor que 12 nm (nanômetros). Quanto menor, melhor!
Além do processador, o bom desempenho de um celular depende também da configuração de memória. Para praticamente qualquer tarefa hoje em dia, é necessário ter pelo menos 4 GB de memória RAM. Isso vai evitar engasgos e travamentos, especialmente quando você abrir vários aplicativos. Até existem bons celulares com 3 GB, mas são indicados para um uso mais leve, apenas para fazer chamadas telefônicas, enviar mensagens e assistir um vídeo ou outro. Menor que 3 GB não recomendamos para ninguém.
Para finalizar, temos o espaço de armazenamento. Ele é o responsável por armazenar os seus arquivos pessoais, como fotos, vídeos, músicas, documentos e outros. Você até pode escolher um celular com 32 GB, mas com o tempo, você vai precisar fazer uma limpa nos seus arquivos, especialmente se gosta de guardar muitas fotos e músicas. Em vez disso, dê preferência para modelos a partir de 64 GB e, se possível, que possuam opção para utilizar junto um cartão microSD. O ideal mesmo é pelo menos 128 GB, mas reconhecemos que esses são modelos mais caros.
Vale a pena comprar um celular usado?
Se bem conservado, esse pode ser um ótimo negócio. Entretanto, é bom ficar atento a alguns detalhes para evitar que você caia em uma furada.
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