Seguidamente alguma empresa lança um celular novo. E em todos esses lançamentos temos lá a ficha técnica com as informações do aparelho, mas tem sempre um detalhe que nos pega: a taxa de atualização da tela, aqueles 60 Hz, 90 Hz, 120 Hz, etc. Afinal, o que é isso? Esse número importa em alguma coisa, ou é só algo inventado pelas fabricantes para vender os modelos mais recentes dos smartphones? Fica calmo que eu vou te explicar tudinho sobre isso aqui nesse post, então continue conosco para entender.

Quem tem um PC gamer em casa já tá habituado com esses termos que eu falei agora, porque é essencial para essa galera um monitor de qualidade na hora da jogatina. O que acontece é que para o usuário comum, muitas dessas informações sobre as telas, sejam elas de smartphone ou computador, passam despercebidos na hora de escolher o celular.

O que é a taxa de atualização?

Partindo do básico do básico: o que é essa tal de taxa de atualização. Bem, a tela do celular não é algo instantâneo como muitos pensam, ela mostra apenas uma quantidade limitada de imagens por segundo, dando a sensação de fluidez e "enganando o nosso cérebro" por assim dizer.

A quantidade de fotos que o aparelho consegue mostrar por segundo é o que chamamos de Hertz, é a frequência com que os pixels (esses quadradinhos que compõem a tela) podem mudar de posição, cor, etc.. Ou seja, um display de 60 Hz transmite até 60 imagens por segundo, um de 90 Hz, 90 imagens e assim por diante.

"Tá, meu querido, você falou e falou. Mas na prática, para que serve isso?"

Na prática, uma taxa de atualização elevada dá a sensação de que o celular é rápido, responsivo e pouco travado. Tem um caso que eu faço questão de ressaltar que é o do queridíssimo Luis, que comprou o Redmi Note 11S, com uma tela de 90 Hz. O relato dele é que, apesar do aparelho ser um modelo de entrada, sem um processador forte, a sensação é de que o smartphone é extremamente potente e capaz de qualquer coisa, tudo isso por conta da frequência da tela.

Uma taxa de atualização alta é excelente para navegar de todas as formas pelo smartphone, seja em redes sociais, Chrome, nas configurações, no WhatsApp, enfim. Coloque na sua cabeça que isso não é uma expectativa alta demais, a frequência da tela é realmente tudo isso mesmo e você não vai conseguir voltar para um display de 60 Hz uma vez que brincar em um de 90, 120 ou até 144 Hz. Inclusive, é sobre isso que vamos falar agora: qual a diferença entre altas frequências?

Diferença entre 60 Hz, 90 Hz e 120 Hz.

Bem, tem celulares que não se contentam em ficar nos 90 Hz e tem que partir para taxas mais intensas, como é o caso do POCO F4 GT, com os seus 120 Hz de frequência. Iremos agora dar uma passada em cada uma dessas frequências e explicar suas diferenças, vantagens e desvantagens, começando pelos clássicos 60 Hz.

60 Hz

Essa aqui é a mais básica das frequências de tela. A grande maioria dos aparelhos lançados de 2020 para trás possuem essa taxa. O efeito é o mesmo de sempre e você provavelmente já está acostumado com ela, afinal, todo display é de 60 atualmente.

Google Pixel 6A, com uma tela de 60Hz
E por mais que hoje em dia as pessoas taquem pau nos 60 Hz, alegando que é uma configuração defasada, que não presta, eles serviram e ainda servem muito bem para a grande parte dos usuários, tanto de celular, quanto de PC.

90 Hz

É nesse momento que começamos a perceber de fato uma mudança significativa na fluidez da tela. Os ícones se movimentando na tela dão um aspecto de "velocidade" ao display, proporcionando a sensação de que o aparelho é bem mais rápido do que é.

OnePlus Nord CE 2, com uma tela de 90Hz
Hoje, em 2023, uma boa parte dos celulares fraquinhos e intermediários estão sendo lançados com telas de 90 Hz, tornando assim esse o "novo padrão".

120 Hz

Com uma tela de 120 Hz você já pode começar a se sentir um rei. Essa aqui é a taxa de atualização ideal para se utilizar em um smartphone. Ela é facilmente distinguível das outras taxas e não é exagerada, como em outros casos mais absurdos.

POCO F4, com uma tela de 120Hz
A principal desvantagem de se ter um display desse nível é o consumo de bateria elevado, já que por mais que existam otimizações do software para prevenir esse decaimento rápido, ainda é difícil para um celular transmitir o dobro de frames e permanecer intacto energeticamente.

Comparando as três opções

Com as três configurações lado a lado podemos notar uma enorme diferença entre os 60 Hz e os 120 Hz, porém o impacto é menor quando comparamos os 90 com os 120. A taxa de atualização maior vai ser mais satisfatória para o uso nas redes sociais e durante a navegação regular, porém isso não é nada que os 90 Hz não consiga fazer também. Outro ponto importante a se notar é a aparência nos jogos. Tá certo que não são todos que liberam os 120 FPS para fazer uso de toda a capacidade da tela, a maioria trava em 60, porém naqueles games que é possível, realmente vale a pena. No Free Fire, por exemplo, a diferença é gritante, tudo é mais fluido e você consegue perceber as movimentações no mapa com muito mais facilidade.

Existem outros aparelhos que operam com 144 Hz e além, porém nesses casos a diferença não vai ser tão explícita assim, você terá um até dificuldade para notar uma mudança no visual dos 120 Hz para os 144 e além.

Conclusão

Uma taxa de atualização acima de 60 é, em suma, uma ótima escolha sempre. Por mais que o consumo de bateria seja elevado nesses casos, a própria inteligência do smartphone identifica os momentos em que não é necessária a frequência elevada, e então diminui automaticamente para não queimar a carga.

Até os celulares mais baratos e simples estão sendo lançados com telas de 90 Hz para mais, então não há motivo para não buscar um modelo mais recente e que possui essa feature embutida. Porém, fique ciente que sempre há exceções: ainda existem aparelhos específicos, aqueles bem baratinhos, que estão saindo com telas comuns de 60 Hz, então fique de olho aberto.

Enfim, não poupe dinheiro e atualize logo para uma tela de 90 ou 120 Hz, porque uma vez que você adentrar esse mundo, não vai mais conseguir sair dele.