Ao procurar uma TV nova para compra, a sigla HDR frequentemente surge como diferencial entre um modelo e outro. Hoje já existem outros termos, como Dolby Vision, HDR10, HDR10+, HLG e HDR Advanced. Mas qual a diferença? Neste guia, vamos explorar o que torna cada formato de HDR único, suas vantagens e desvantagens. Antes disso, vamos entender o próprio conceito de HDR.

O que é HDR?

HDR é uma sigla em inglês para High Dynamic Range, o que pode ser traduzido como Alto Alcance Dinâmico, é um recurso que surgiu no mercado em 2016, e que basicamente permite deixar a imagem da televisão com uma alta qualidade de cores e excelentes resultados em brilho e contraste.

Uma TV comum tem uma tecnologia conhecida como SDR (Standard Dynamic Range, traduzido como Alcance Dinâmico Padrão), e muitos detalhes de imagens não podem ser percebidos nesse tipo de tela. TVs com HDR possuem um valor de nits* muito mais alto que os televisores comuns, permitindo identificar os pontos iluminados de forma mais precisa.

Grandes fabricantes de televisores adotaram essa tecnologia, como é o caso da Sony, Samsung e LG, por exemplo. Hoje em dia, geralmente as televisões em 4K são os aparelhos que oferecem compatibilidade com o recurso, mas de um modo geral, o HDR também pode ser encontrado em monitores e consoles de última geração, como o Xbox Series X/S e o PlayStation 5. Para esses modelos, o HDR permite uma exibição de imagens com cores mais vivas, deixando os tons claros com mais brilho e tons pretos com mais contraste, apresentando ao usuário uma experiência inovadora que garante que nenhum detalhe passe despercebido.

Veja a diferença de cores entre o formato de imagem SDR e HDR.
Veja a diferença de cores entre o formato de imagem SDR e HDR.

O HDR nem sempre está disponível apenas em televisores 4K, existem aparelhos mais simples no mercado com uma resolução de imagem em Full HD mas que também são compatíveis com a alta qualidade de imagem, e isso garante que esse tipo de televisão de destaque muito mais. Para utilizar o recurso, é claro que o vídeo exibido na tela precisa ter suporte a esse modo de imagem, o que geralmente não acontece em transmissões de canais da TV aberta no Brasil. Mas boa parte dos filmes e séries das plataformas Netflix, Amazon Prime Video, Hulu e Disney+ contam com essa tecnologia.

Agora que entendemos o que é o HDR de fato, precisamos entender a diferença entre Dolby Vision, HDR10, HDR10+, HLG, Advanced HDR, que basicamente são variações do mesmo recurso. Vamos lá?

Dolby Vision

O Dolby Vision destaca as cores quentes da imagem, mas também apresenta um preto mais puro.
O Dolby Vision destaca as cores quentes da imagem, mas também apresenta um preto mais puro.

Como o próprio nome sugere, o Dolby Vision é o padrão HDR que pertence a Dolby Laboratories, e foi um dos primeiros formatos do recurso introduzidos em televisores. O seu diferencial é baseado no seu padrão de imagem teórico que conta com 10.000 nits* e traz uma profundidade de cores de até 12 bits, por conta desses detalhes, o Dolby Vision é considerado hoje como o HDR de maior qualidade disponível no mercado, e por conta disso, está presente em boa parte das plataformas que exibem conteúdos de vídeo hoje em dia.

*Nits: é uma unidade que mede a intensidade luminosa das televisões. Existem várias formas de medir isso, mas o nit é a unidade mais completa e tem utilização em todo mercado internacional. Cada nit leva em conta o ângulo de projeção para determinar a intensidade, já que o objetivo de uma tela não é iluminar um ambiente, mas sim exibir o conteúdo na tela.

O Dolby Vision está presente em mais de 200 salas de cinema ao redor do mundo, além de smartphones da LG, iPhones da Apple, videogames, e plataformas de streaming, como a Netflix por exemplo, que exibe filmes da Capitã Marvel, Vingadores e Star Wars com o formato Vision.

Para você entender do que estamos falando, confira abaixo um vídeo review da TV LG Nano 86 que conta com o recurso HDR Dolby Vision.

Vídeo incorporado do YouTube

A grande desvantagem para os fabricantes, é que a Dolby costuma cobrar uma certa porcentagem de cada unidade vendida com o HDR Vision, o que inclui todo o material que já citamos como TVs, reprodutores de mídia, celulares, tablets, consoles, e também filmes, séries, vídeos e jogos.

HDR10

Note que a bochecha do personagem tem um apresentação mais natural na imagem do Dolby Vision.
Note que a bochecha do personagem tem uma apresentação mais natural na imagem do Dolby Vision, mas é um detalhe pouco perceptivel em comparação com o HDR10.

O HDR10 foi desenvolvido em parceria entre a Sony e Samsung, duas grandes empresas referências no mercado de televisores, e que tentaram bater de frente com o formato Dolby Vision. Esse formato de HDR possui brilho de 1.000 nits e profundidade de cores de 10 bits, bem inferior ao formato da Dolby.

Outra desvantagem é que o HDR10 também não é dinâmico, ou seja, ele usa metadados fixos para produzir e fornecer informações de brilho, o que torna o resultado da imagem menos preciso. Em cenas mais escuras, por exemplo, as cores ficam saturadas, o que representa detalhes significativamente inferiores ao padrão Dolby Vision, porém, são detalhes que são percebidos por usuários mais exigentes e que tenham um certo conhecimento sobre o assunto.

Diferente do formato da Dolby, o HDR10 possui código aberto e gratuito, o que pode ser uma vantagem para fabricantes utilizarem em seus produtos.

A Sony utiliza o modo HDR10 em boa parte de seus produtos, como é o caso de discos Blu-ray 4K, e as duas últimas gerações de consoles da empresa, PS4 Pro e PS5. Esse formato também está presente nos consoles da Microsoft, como o Xbox One S e Xbox One X, e o recém chegado Xbox Series S e Xbox Series X.

HDR10+

O HDR10+ apresenta mais informações em imagens de tons escuros, assim como acontece na sombra das árvores da imagem acima.
O HDR10+ apresenta mais informações em imagens de tons escuros, assim como acontece na sombra das árvores da imagem acima.
Com a frustração do HDR10, a Sony e a Samsung tentaram novamente bater de frente com o formato da Dolby, e para isso criaram o HDR10+. Basicamente, pouca coisa o difere da versão anterior.

Os valores continuaram os mesmos da geração anterior, com 1.000 nits* e profundidade de cores em 10 bits, porém com a correção da falta de mapeamento dinâmico de tons mais escuros, o que de certa forma demonstra um avanço por conseguir corrigir o contraste de uma cena para outra de forma automática.

Contudo, a vantagem da versão anterior também foi mantida, e o HDR10+ pode ser usado pelos fabricantes de forma gratuita, assim como o HDR10.

HLG

O HDR HLG é ideal para transmissão ao vivo, e pode apresentar um gramado com um verde vivo assim como mostra a imagem.
O HDR HLG é ideal para transmissão ao vivo, e pode apresentar um gramado com um verde vivo assim como mostra a imagem.

O HLG é uma sigla para Hybrid Log Gamma, que pode ser traduzido como Registro de Gama Híbrido, e foi criado pelas conhecidas emissoras BBC e NHK. A utilização desse formato de imagem se limita apenas em transmissões ao vivo, o que a difere dos formatos que já citamos e que geralmente são utilizados em plataformas de streaming, celulares, videogames e assim por diante.

Já que o foco desse formato é apenas para exibição em tempo real, o HLG ignora metadados para cálculo de brilho, o que permite ter um resultado exibido diferente em cada tipo de televisão. Isso de certa forma é uma vantagem, pois dependendo da TV em que você assiste a qualidade da imagem melhora, e até televisores comuns com o formato SDR, podem exibir resultados bem próximos ao HDR.

É claro que uma TV antiga vai exibir imagens "mais normais", mas em modelos mais recentes o HDR será exibido ao vivo. Por conta dessa limitação, é lógico afirmar que a qualidade do HLG é melhor que o SDR, mas bem inferior aos padrões HDR10+ e Dolby Vision.

HDR Advanced

Acima, uma demonstração do HDR Advanced da Technicolor em ação.
Acima está uma demonstração do HDR Advanced da Technicolor em ação.

Desenvolvido pela Technicolor, empresa que atua em técnicas de coloração fotográfica desde a época dos filmes de rolo, o HDR Advanced abarca três sub-padrões de HDR, e cada um deles tem o seu propósito específico;

SL-HDR1: de forma simples, é um HDR ‘básico’ e permite que qualquer TV SDR possua uma melhor qualidade de imagem, mesmo não sendo tão superior quanto os outros formatos.

SL-HDR2: esse é um padrão de imagem bem semelhante aos formatos HDR10+ e Dolby Vision, já que esse possui a configuração de cálculo de metadados dinâmicos.

SL-HDR3: esse é um padrão de imagem que ainda está em fase de testes, mas basicamente tenta unir as duas coisas apresentadas anteriormente. A Technicolor está empenhada nesse formato, e caso funcione, será o primeiro padrão de imagem HDR com metadados dinâmicos a ser retrocompatível com TVs SDR. Isso não quer dizer que toda TV SDR terá a qualidade de imagem do HDR10+, mas o objetivo é evitar as distorções que mencionamos anteriormente.

E aí?! Entendeu direitinho? Você já conhecia todos esse formatos de HDR? Qual o melhor? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe conosco a sua opinião!