Samsung The Frame Review: Uma TV que se TRANSFORMA em obra de arte

Hoje estamos analisando uma Smart TV diferente: a The Frame faz parte de uma categoria especial da Samsung, as TVs Lifestyle. O objetivo desse tipo de produto é, além de fazer tudo que uma TV comum faz, ir além, e virar uma obra de arte quando desligado. Mas será que isso funciona de verdade, ou é algo que você usa uma vez e depois nunca mais? Descubra tudo sobre a The Frame nesta review.

Design e construção

A Samsung desenvolveu a The Frame para ser mais que uma simples Smart TV. A ideia é que ela se integre perfeitamente ao cômodo, como se fosse uma obra de arte.

No design e construção, existem três características principais que fazem a The Frame parecer um quadro:

Primeiro, a finura. Essa é a TV LCD mais fina que já testamos aqui no canal. O design é reto, permitindo que ela fique colada na parede;

A segunda característica é o fato dela ter apenas um cabo. Esse fiozinho transparente é responsável por todas as conexões da TV, imagem, áudio, informações e energia.

A terceira característica que faz a The Frame parecer um quadro é a moldura. Por padrão, ela vem sem, mas podemos comprar no site da Samsung molduras estilizadas em diferentes tons. Eles enviaram junto uma dessas na versão branca, e vocês tão vendo na imagem o quão bonita é a estética desse painel.

Essa TV não tem padrão de montagem VESA, então a única forma de prender ela na parede é com o suporte próprio da Samsung. A boa notícia é que, diferente das molduras, o suporte de parede vem junto na caixa - o custo já está incluso no preço total da TV.

Pés

Agora, se você prefere deixar ela em pé num móvel ao invés de na parede, vai ficar feliz em saber que os pés ainda são aqueles de fácil montagem - o encaixe é inteiramente feito por pressão e a TV fica bem firme, mesmo nesse modelo grande de 65 polegadas que estamos testando. Outra boa notícia é que os pés possuem regulagem de altura, então caso você queira colocar uma Soundbar na frente da tela, pode regular os pés na altura máxima.

Entradas

A The Frame simplifica as conexões usando o sistema One Connect. Com apenas um fiozinho transparente, você conecta na TV todos os sinais: som, imagem, dados e até mesmo energia. A ideia disso tudo é garantir fácil acesso às entradas, mesmo com a TV montada na parede.

Nessa caixa do One Connect temos uma entrada HDMI eARC, duas HDMI 2.0 e uma HDMI 2.1 para conectar seu console de última geração ou PC Gamer. Além disso, temos uma saída de áudio digital óptica, entrada Ethernet, Antena RF e duas entradas USB na lateral da caixa.

Eu não sei vocês, mas eu gosto muito dessa ideia do One Connect, ele permite que a The Frame seja montada o mais próximo possível da parede, sem que você perca acesso às entradas. E mesmo quando a TV fica montada no móvel o One Connect funciona muito bem, já que é muito mais fácil organizar os cabos numa caixinha do que na própria estrutura da TV.

Qualidade de Imagem

Temos aqui uma TV QLED com resolução 4K e 120 Hz na frequência do painel. Para quem não sabe, as TVS QLED são aquelas que tem uma camada de Pontos Quânticos na tela, deixando a imagem com maior alcance dinâmico e cores mais vivas.

Mas a principal diferença da tela da The Frame para outras TVs é o filtro anti-reflexo que a Samsung desenvolveu para esse modelo de 2022.

Reflexo

Quase todas as TVs que testamos aqui vem com a tela extremamente espelhada, o que atrapalha muito quando estamos assistindo num ambiente com muita luz. Mas nesse cenário em que outras telas se saem mal, a The Frame brilha: o filtro fosco desmancha completamente os reflexos, preservando a imagem e melhorando muito a experiência de assistir

Comparando a The Frame com a Q60C, outra TV QLED da Samsung, a gente percebe a diferença que esse filtro anti reflexo faz. Enquanto a Q60C reflete de volta para a câmera toda a luminosidade, o filtro fosco da The Frame desmancha o reflexo, diminuindo esse efeito.

Claro que esses são testes extremos, mas servem para ilustrar bem como essas duas QLEDS lidam com o reflexo.

Ângulos de visão

Mas nem tudo são mil maravilhas, esse filtro anti-reflexo tem um preço: os ângulos de visão. Se você não estiver assistindo num ângulo completamente perpendicular a TV, vai sofrer com uma imagem acinzentada e com pouco contraste.. Isso é comum em TVs LED e QLED, mas na The Frame é pior por causa da tela fosca. Ela não sofre com reflexos, mas os ângulos de visão ficam prejudicados.

Modo Arte

Nos Hubs da Samsung, o modo Ambiente foi substituído pelo Modo Arte, e esse é o principal motivo para comprar a The Frame. Através desse Hub, podemos selecionar várias pinturas de diversos artistas e museus do mundo inteiro.

Depois que você seleciona, sempre que a TV estiver no modo Standby, ao invés de apagar a tela ou mostrar algum papel de parede comum, a obra que você escolheu fica exposta.

A grande sacada disso tudo é que, graças ao filtro fosco e o design da TV, a imagem realmente fica parecendo um quadro. Claro que os pixels ainda estão ali e ficam visíveis quando nos aproximamos da tela, mas em condições normais, quem não conhece vai realmente pensar que é um quadro real.

E isso é algo muito especial da The Frame: as pessoas ficam surpresas quando você conta que é uma TV.

Eu gostei muito de navegar pelo Modo Arte. Tem bastante variedade, com dezenas de artistas, obras e museus. O problema é que, esse é um serviço pago. Você assina e paga 16 reais por mês para ter acesso ao Modo Arte no Hub da Samsung. Olha, 16 reais não é um valor impagável, mas é muito chato comprar a TV e ter funções bloqueadas por assinaturas, ainda mais que esse modo arte é o principal ponto de venda da The Frame, não faz sentido vender a TV sem isso embutido.

A boa notícia é que eles deixam o usuário utilizar esse serviço de graça por 60 dias, pelo menos a gente tem essa oportunidade de testar sem pagar.

Ainda falando sobre custo, será que deixar a TV ligada o dia todo não vai pesar muito na conta de luz? Essa é uma preocupação válida, e a Samsung pensou nisso. A TV tem um sensor de movimento que detecta quando alguém entra e sai do cômodo. Depois de alguns minutos sem ninguém na sala, ela desliga automaticamente.

Outra coisa que bastante gente pergunta, tem como usar as imagens da galeria do celular como arte na The Frame? A resposta é sim, a gente faz isso pelo aplicativo Smart Things da Samsung. É só sincronizar a TV com o celular, ir no modo arte, selecionar as fotos que você quer utilizar e pronto, depois de poucos segundos a imagem que você escolheu já aparece na TV.

Mas essa função de compartilhar as próprias imagens ainda é linkado com o modo arte, então você precisa sim assinar esse serviço.

Tanto nas pinturas e nas imagens da galeria, a gente pode trocar o brilho apertando o botão do meio do controle. Aqui também podemos ver detalhes sobre a obra, quem pintou, o ano e um textão explicando tudo. Por algum motivo, a Samsung não traduziu essa parte, então você precisa manjar de Inglês para ler as informações sobre a obra.

Assistindo a TV normalmente:

Fora do modo arte, a gente pode usar a The Frame igual uma TV comum, assistindo filmes e tudo mais - todos os aplicativos estão aqui. A diferença dessa TV para outras fica mesmo na qualidade da imagem: em conteúdos comuns, SDR, a The Frame funciona perfeitamente bem. São esses os conteúdos que encontramos na TV aberta, nos canais Samsung Plus e no YouTube, por exemplo.

Já nos conteúdos HDR, esses que a gente encontra nos serviços de Streaming, como Netflix, Prime, a The Frame não sei sai tão bem quanto outros paineis QLED. Isso ocorre por causa do filtro anti-reflexo que acaba deixando a imagem um pouco lavada e com menos detalhes.

Para demonstrar isso, eu trago novamente a Q60C para comparativo. A câmera não consegue captar tão bem as diferenças entre as duas TVs QLED, mas pessoalmente, as cores da Q60C estão mais vibrantes e ela consegue captar mais detalhes em cenas de alto contraste.

As duas TVs estão com as mesmas configurações de brilho, contraste e saturação, com o modo de imagem em Filmaker Mode. Nessa cena do filme Dunkirk a gente consegue perceber também que a The Frame é uma TV com imagem fria. Ou seja, os tons de pele ficam bem mais realistas na Q60C.

Agora, sobre o vazamento de luz, a The Frame não tem zonas de iluminação espalhadas pela tela - é um painel que utiliza aquele sistema antigo de iluminação pelas bordas. Mas como vocês tão vendo na imagem, a TV não sofre de nenhum problema aparente no quesito vazamento de luz. Pelo menos eu, que estou acostumado a usar TVS OLED, não fiquei incomodado com o backlight da The Frame, o que é uma ótima notícia, já que essa era a minha maior preocupação ao descobrir que essa tela era Edge-Lit.

Sistema operacional

Essa TV está rodando o Tizen, que é o sistema operacional padrão das Smart TVs da Samsung. É o mesmo sistema de sempre, separado em Hubs de mídia, arte e jogos. A boa notícia é que essa não é uma TV de entrada da Samsung, então o processador consegue lidar bem com o sistema operacional - não encontrei grandes travamentos enquanto usava ela no dia a dia.

Jogos

É um assunto pouco abordado nas análises da The Frame, mas eu sinto que bastante gente compra uma TV dessas e além de assistir filmes e séries, também curte jogar num console ou até mesmo no computador. Afinal, é um painel 4K com 120 Hz. Será que a The Frame funciona bem como uma TV gamer?

Eu sempre espero ver problemas relacionados a Ghosting nessas TVs VA, mas essa aqui se saiu muito bem no teste do UFO, tem pouquíssimo rastro.

Ela também tem tecnologias de VRR, que é a taxa de atualização variável e também o ALLM, que é o modo baixa latência que a TV ativa automaticamente quando você abre um jogo. Apenas certifique-se de que você esteja usando a entrada HDMI 2.1, tem até o ícone de um controle para você saber que é nessa que devemos conectar para jogos.

Então a resposta é sim, a The Frame funciona muito bem como uma TV gamer, o que é um surpresa bem agradável - eu não esperava que ela fosse tão boa nesse quesito.

Controle

Apesar do controle Solar Cell da The Frame ser branco, essa infelizmente é a única diferença dele para um controle convencional. Não temos botão para entrar no menu de arte, ativar ou desativar os quadros, nada, só mudaram a cor mesmo.

Eu gosto desse controle Solar Cell que carrega na luz ambiente, mas sinto falta de botões para acessar rapidamente o Disneplus, HBO, e principalmente, o YouTube.

Som

Eu deixei o som para o final já que essa é a parte menos interessante da TV. A Samsung não tinha como fazer uma TV fininha com um ótimo sistema de som embutido, o preço final do produto seria alto demais. Ela tem dois falantes de 20W, o que é uma potência considerável, mas o som não tem uma qualidade boa e os graves são inexistentes.

A minha dica é procurar uma promoção dessa TV com um combo de Soundbar. Vale muito a pena.

Conclusão e Preço

É bem difícil colocar a The Frame para competir contra outras TVs, já que ela preenche um nicho muito específico de mercado. Nessa análise a gente descobriu que, além dela ficar excelente na parede como uma peça de decoração, esse painel QLED funciona muito bem para assistir filmes, séries e até mesmo jogar em 120 frames por segundo.

Já nos pontos negativos, eu encontrei três: as cores são um pouquinho piores que outras QLED; O modo arte é uma assinatura que você precisa continuar pagando para ter acesso e, por último, as molduras da TV estão indisponíveis para comprar aqui no Brasil, e quando aparecem, o preço fica em torno de 400 reais. O que é um preço absurdo para se pagar em quatro pedaços de plástico.

Fora isso, eu gostei muito de testar a The Frame. O nosso modelo de 65 polegadas tem um preço bem salgado, cerca de R$ 7500 na loja oficial da Samsung.

Observe que a de 32" não é 4K, e sim FULL HD com 60 Hz de frequência. As TVs de 43" e 50" polegadas são em resolução 4K, mas a taxa de atualização é 60 Hz também, então para ter os 4K 120 Hz, você precisa adquirir o modelo de 55 em diante.

Eu curti muito analisar a The Frame, é um painel diferente do que estamos acostumados a ver aqui no site.