Depois de muita promessa, nós finalmente conseguimos colocar essas duas telonas lado a lado no nosso comparativo de TVs! Em cima, temos a LG C3, um painel referência em qualidade de imagem e uma das melhores telas OLED que testamos em 2023. Embaixo, um lançamento que apareceu do nada e me surpreendeu muito, a Toshiba X9900LS.
Considerando que essa OLED da Toshiba já chegou a custar cerca de 3 mil reais a menos que a da LG, será que tem tanta diferença assim na qualidade de imagem, entradas, som e tudo mais? Vem comigo descobrir qual dessas vale a pena comprar.
Design e construção
Começando o comparativo com a primeira coisa que a gente analisa ao tirar a TV da caixa, a construção externa. A Toshiba surpreendeu muito nesse quesito com um design diferente. Em vez de uma base elevada, permitindo a instalação de uma soundbar sem bloquear a tela, eles incorporaram o sistema de som diretamente na TV.
Na parte traseira, nós temos sim aquele painel ultra-fino característico das telas OLED, mas ao invés de reservar espaço apenas na parte inferior para os componentes internos, a Toshiba optou por estender essa área até em cima. É aqui que encontramos o restante do sistema de som, coberto por uma estrutura não de alumínio, mas sim de um plástico bem barato.
Agora, na LG C3, podemos notar que a construção é bem diferente da Toshiba. Para começar, ao invés de plástico, eles optaram por uma estrutura metálica, o que contribui não só na rigidez do painel, mas também deixa a TV com um aspecto premium. Outra diferença é que a C3 não temos uma estrutura gigante, com vários alto-falantes dentro - ao invés disso, a LG optou por manter o que já tinha feito em suas outras TVs OLED, um sistema de áudio simples, com os alto falantes voltados para a parede.
Pés e montagem
Caso você prefira instalar as TVs num suporte de parede, fique sabendo que a furação VESA da LG C3 é 300x200 e a da Toshiba 300x400. Agora, se você prefere deixar a TV em cima de um móvel, a C3 fica parafusada numa estrutura central que é bonita, mas bambeia bastante. Esse é o mesmo problema que a gente viu na C2 de 65 polegadas - essa aqui não é uma base que passa segurança, principalmente se você tem crianças correndo por casa.
Na base da Toshiba, a estabilidade não é problema. Eles optaram por colocar aqui um sistema com três pés parafusados na TV. É a primeira vez que eu vejo uma base assim, e eu confesso que até gosto dela, é bem mais segura que a da LG, mas movimentar a TV aqui pelo estúdio acaba sendo uma tarefa bem mais difícil, já que a TV tá praticamente encostada no móvel.
Outra diferença entre essas duas é o peso. A TV da LG é bem leve, tem apenas 18.5 kilos incluindo a base. Já a Toshiba pesa muito mais, praticamente 30 kilos com os pés. Com todo esse peso, é bom se certificar de que o móvel ou suporte de parede consiga sustentar a carga dessas telonas de 65 polegadas.
Entradas
Nas entradas, ambas as TVs contam com saída de áudio óptica, entrada para antena, entrada Ethernet, saída para fones, e quatro saídas HDMI. A C3 tem três portas USB, uma a mais que a Toshiba. Outra diferença é que, na LG C3, todas as HDMI são 2.1. Essa é a versão mais recente do HDMI, a única que consegue transmitir a imagem 4K em 120 Hz. A Toshiba tem duas dessas HDMI 2.1 e duas 2.0, que só conseguem atingir 4K em 60 Hz. Ou seja, se você for utilizar um console de última geração ou PC, vale a pena prestar atenção e conectar no HDMI 2.1.
Qualidade de Imagem - Ambiente claro
Agora vamos para o que interessa, a qualidade da imagem. Lá no começo do comparativo eu comentei que quem fabrica o painel dessa TV da Toshiba é a LG. Acontece que a LG é a principal fabricante de grandes telas OLED, sendo responsável pelo fornecimento desses painéis para diversas outras marcas, como Sony, Philips, Hisense e até mesmo a Samsung.
Isso significa que, na qualidade de imagem, estamos fazendo um comparativo de LG contra LG.
A gente começa fazendo o teste num ambiente claro, com a luz do sol entrando pelas janelas. O objetivo aqui é descobrir se as TVs têm brilho suficiente para assistir na sala ou até mesmo num ambiente externo.
Ambas as TVs apresentaram imagens incríveis nesse cenário, mas logo de cara eu percebi que a C3 consegue sim atingir um nível de brilho mais intenso. Apesar disso, não dá para dizer que está faltando brilho na Toshiba. Muito pelo contrário, é mais que o suficiente para assistir conteúdos de TV aberta numa sala iluminada.
Nós já estamos há alguns anos testando painéis OLED aqui no canal e eles sempre apresentavam brilho insatisfatório, principalmente assistindo na sala, mas de uns anos pra cá, a LG e também agora a Samsung conseguem produzir diodos OLED muito mais fortes, resultando nessas imagens com contrastes intensos. Nesse contexto, as TVs LCD QLED acabaram perdendo relevância, já que essa vantagem do brilho sob as OLEDs não existe mais.
Eu tinha dúvidas sobre como essas duas lidavam com reflexos, mas são iguais - ambas possuem painel do tipo glossy, idêntico a todas as outras TVs OLED do mercado, então é certo que os reflexos vão incomodar neste cenário.
Essa é uma questão que as fabricantes estão se esforçando para resolver. Logo logo teremos TVs como a Samsung S95D aqui no Brasil, que é uma OLED com painel fosco, igualzinha a The Frame que testamos aqui no canal, mas até lá, os reflexos atrapalham sim.
Sobre os ângulos de visão, nota 10 para as duas. Já que cada pixel é responsável pelo próprio brilho e não existem camadas difusoras de luz, independente do ângulo que você assiste a TV, o conteúdo continua com as mesmas cores. Isso é algo que nenhuma tela LCD consegue fazer, nem mesmo as mais caras como a QN90C que testamos recentemente.
Qualidade de Imagem - Ambiente escuro
Agora na segunda parte do teste eu levo as duas telas para um quarto 100% escuro para ver como as telas se saem transmitindo filmes e séries.
Essas duas TVs tem Dolby Vision, então eu busquei para vocês alguns títulos compatíveis com esse formato, como o Aneis do Poder, disponível no Prime Video. Aqui a gente consegue testemunhar o quão impressionante é a qualidade das telas OLED da LG. Tanto em cenas claras quanto em ambientes escuros, as TVs dão um show de HDR, conseguindo escurecer completamente partes da tela e enchendo outras partes de brilho, resultando numa imagem profunda e realista.
Nessa série em específico, em Dolby Vision, eu não consegui notar diferença alguma entre as duas imagens, o que me leva a crer que estamos sim tratando do exato mesmo painel.
Agora, no filme Dunkirk, vocês podem notar que a Toshiba está mais escura que a C3. Isso é um problema de configuração do Filmmaker Mode dessa TV. Para resolver, eu fui nas configurações e movi o slider de contraste de 50 para 100. O brilho melhorou bastante, mas a Toshiba continua num tom mais escuro.
A mesma coisa aconteceu no Bladerunner. Aqui as duas já estão com o contraste igualado, mas a Toshiba ainda permanece um tanto mais escura. Novamente, fui no menu definições avançadas e mudei a opção "contraste ativo" de desligado para o "médio".
Dessa forma, a Toshiba consegue acompanhar a C3, mas é uma pena que eu precise ficar fuçando nas configurações para resolver esses problemas. Parece que não configuraram os presets corretamente nessa TV, especialmente o Filmmaker Mode.
Já no filme Piratas do Caribe, em Dolby Vision, a Toshiba apresentou tons bem mais saturados que os da C3. Aí vai do gosto de cada um. Pessoalmente, eu curti os tons de pele mais na Toshiba, mas isso muda de filme para filme, por isso testamos em vários títulos diferentes.
No geral, eu conclui que na maioria dos conteúdos a OLED da Toshiba consegue bater de frente com a LG C3, mas você precisa fuçar bastante nos menus para encontrar uma configuração que fique boa. No caso da LG C3, é só selecionar Filmmaker Mode que a imagem já está perfeita.
A gente não tem como saber exatamente qual painel a LG vendeu para a Toshiba, mas depois de todos os testes e conteúdos que assistimos no comparativo, eu acredito que trata-se da exata mesma tela, com a diferença de que o painel da Toshiba não recebeu atualização no algoritmo de brilho, ou seja, é igualzinha a uma LG C2.
Jogos
Se você está procurando uma TV para jogar no seu console de última geração, essas duas aqui são excelentes. Ambas suportam recursos como o ALLM, que é o modo de baixa latência, também tem o VRR, que é a taxa de atualização variável, garantindo uma sincronização melhor do FPS do jogo com os Hz da TV.
A diferença é que a LG tem uma Game Bar - uma espécie de Hub onde você tem acesso a configurações relacionadas ao modo jogo. Na Toshiba, até onde eu sei, a gente só ativa o Modo Jogo nas opções de imagem e pronto, ele liga todos esses recursos que eu mencionei acima.
O único problema aqui é que eu não tenho mais tanto tempo sobrando para jogar nessas TVs. A taxa de atualização de 120 Hz, somada com a nitidez do 4K e os pretos perfeitos do OLED, mistura tudo isso com um PC ou console de última geração e a gente tem a melhor experiência gamer possível, tanto em jogos antigos quanto lançamentos.
Sistema operacional e performance
Uma das principais diferenças entre essas duas TVs é o sistema operacional. Na C3 a gente tem o WebOS, um sistema operacional baseado em Linux que a LG atualiza e usa em todas as suas Smart TVs, das mais baratas até as topo de linha.
Já a Toshiba optou pelo Google TV, que é baseado em Android. Esse é o mesmo sistema operacional que outra marca, a TCL, usa em suas TVs.
Já que aqui no canal a gente testa várias TVs, eu me acostumei a navegar em todos os sistemas operacionais. Sendo assim, fica difícil dizer para vocês qual é o melhor. Uma coisa é certa, o Google TV é o mais leve e bem otimizado de todos, então é ideal para TVs mais baratas. Já que estamos tratando de duas TVs topo de linha, pode ficar tranquilo que ambas funcionam muito bem no quesito performance - eu não notei travamentos significativos no comparativo e nem quando fiz o review completo das duas.
Controle
Eu também curto comparar os controles aqui, e no caso da Toshiba, a gente tem um controle bem incoerente com o restante da TV. Olhem só o design e tamanho desse monstro, lembra bastante um remoto de aparelho VHS antigo.
O controle em si funciona bem, tem comando de voz e uma enorme quantidade de botões, mas a ergonomia e aparência dele são lá dos anos noventa.
Na C3 nós temos o controle Smart Magic da LG. Ele acompanha as TVs mais tops da LG e o grande diferencial aqui é a navegação por ponteiro. Você aponta para a TV e consegue navegar de uma forma mais rápida. Particularmente, eu prefiro usar os botões do controle, mas eu sei que muita gente curte essa função do Smart Magic. Não dá para negar que ele é bem mais tecnológico que o controle da Toshiba.
Som
Outro ponto em que as duas TVs diferem muito é no áudio. Parece que, hoje em dia, as fabricantes de TV focam só na qualidade de imagem e deixam de lado o som, como se todo mundo tivesse um home-theater ou soundbar em casa. Desde as TVs baratinhos até essas topo de linha, o som costuma ser bem insatisfatório.
A Toshiba decidiu navegar contra a correnteza e lançou uma TV com um baita sistema de áudio embutido. São 10 alto falantes no total, resultando numa potência de 92W.
Já a LG optou por deixar de lado o som em troca de uma tela extremamente fina. Eu não sei ao certo quantos alto falantes tem dentro da C3, mas nas especificações a potência sonora está listada como 40W. Ou seja, além de ter um subwoofer, a OLED da Toshiba tem o dobro da potência sonora.
A qualidade do som da Toshiba é boa sim, mas pelas especificações, eu achei que teríamos uma diferença maior. A realidade é que, comparando o som das duas lado a lado, a Toshiba pode vencer na potência, mas parece que tem algo de errado nas configurações de áudio. Parece ser outro cenário onde você precisa ir no menu e configurar manualmente a TV.
Para ouvir um trecho comparando o som das duas, assista o nosso vídeo no YouTube:
Conclusão
Esse comparativo foi muito esclarecedor: na construção, a LG C3 tem uma aparência mais premium, com tela fina e acabamento em metal. Já a Toshiba tem uma espessura maior e é de plástico, com um sistema de som embutido que é bom nas especificações, mas que na prática não tem tanta diferença assim quando comparado ao da C3.
Na qualidade de imagem, eu arrisco dizer que as duas tem o exato mesmo painel, mas o da C3 recebeu um boost de brilho por software. As configurações de fábrica da C3 são superiores, mas você consegue deixar as duas bem próximas uma da outra através das configurações. Se você é um desses que curte ficar fuçando na tela e testando presets diferentes, pode ir fundo na Toshiba, ela tem muitas opções - mas para um usuário comum, que quer só ligar a TV e assistir, a LG C3 faz mais sentido.
No quesito preço, a LG C3 de 65 polegadas está custando mais de 11 mil reais no site da LG. Outra TV interessante, a S90C da Samsung, também encontra-se nesse preço. Já a Toshiba X9900LS está custando 10 mil reais agora, mas chegou a aparecer por 8 mil nas promoções de final de ano, e até mesmo 6.300 reais através de cashback!
Já que a Toshiba está aparecendo nessas promoções incríveis, eu acredito sim que vale a pena dar uma chance, é um excelente painel. Agora, se as duas estiverem próximas de preço, eu me sinto mais seguro escolhendo a LG C3.
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Toshiba precisa de mais tempo no mercado de Smart TVs
Tem muita coisa que a gente não tem como testar aqui no site, como durabilidade, burn-in, pós-venda e garantia. Já que essa TV da Toshiba está sendo montada e vendida pela Multilaser, várias questões podem ser levantadas sobre a durabilidade dos componentes internos utilizados. O painel a gente sabe que é da LG, mas como é a construção interna da TV? Os componentes usados são de boa qualidade?
Pelo que lemos nos comentários de vocês, muita gente tem receio em investir toda essa grana numa TV montada pela Multilaser, marca famosa por vender tudo quanto é tipo de produto, a maioria deles remarcações chinesas extremamente baratas. Já a LG é uma marca que está a 10 anos fabricando e vendendo TVs OLED, tem mais confiança neste mercado.
Se você leu todo o comparativo, deixe abaixo um comentário com a sua opinião, qual dessas você curtiu mais e qual vale a pena comprar.
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