Quem acompanha a trajetória de Elon Musk há algum tempo já deve saber que ele tem planos ambiciosos sobre uma internet livre e rápida a baixo custo, o chamado Starlink. O plano ainda não havia saído do papel já que, para que isso fosse possível era imprescindível o sucesso de uma de suas principais empresas, a SpaceX. E para a sorte de Musk (e nossa), se alguma empresa do bilionário sul-africano vêm dando certo ultimamente, esta empresa é a SpaceX.
Os milhares de satélites de baixa órbita (4.425 segundo o último pronunciamento) poderão fornecer internet de alta velocidade para pessoas de todo o mundo, sem os atuais impedimentos geográficos e logísticos. Maiores detalhes ainda são mantidos em sigilo, porém, sabemos agora que a ideia está começando a ser colocada em prática, já que a 1ª leva de protótipos está marcada para ser lançada neste final de semana, de acordo com um documento oficial enviado à FCC (a Federal Communications Commission é tipo a Anatel americana e regula tudo que trata de comunicação no país).
A expectativa era grande desde o ano passado quando o vice-presidente de assuntos relacionados a satélites da SpaceX disse ao Congresso que a empresa planejava lançar seus dois primeiros satélites de demonstração entre o final de 2017 e início deste ano, e se tudo funcionasse bem, o primeiro satélite operacional poderia ser lançado já em 2019.
Na sua recente carta à FCC, a SpaceX diz que dois satélites experimentais - Microsat-2a e -2b - serão lançados em um dos foguetes Falcon 9, que também estará transportando o "Paz", um satélite de observação de radar pertencente ao governo espanhol. O Paz, que devia ter sido lançado no último final de semana, foi impedido por um incêndio estático no foguete e então reagendado para uma partida junto aos satélites da própria SpaceX em 17 de fevereiro.
O Falcon 9 será lançado da Base Vandenberg da Força Aérea às 06:17 em horário local, 12:17 no horário de Brasília, de acordo com um aviso no site da própria base aérea.
Embora assuntos dessa magnitude estejam sempre sujeitos a atrasos, a SpaceX planeja ter todos os seus satélites fornecendo internet na órbita da Terra já em 2024. Espera-se que a empreitada custe cerca de US$ 10 bilhões, investimento que será atenuado pela própria receita gerada assim que os primeiros começarem a operar comercialmente.
Mas esse não é o destino final da receita com os satélites de internet: Tais valores serão em sua maior parte canalizados para o objetivo maior de Musk - Marte. Em 2015, enquanto falava sobre o Starlink, ele disse: "Isso tem como objetivo gerar uma quantidade significativa de receita e ajudar a financiar uma cidade em Marte. Ao olhar para o longo prazo, e avaliarmos o que é necessário para criar uma cidade em Marte, bem, uma coisa é certa: muito dinheiro. Então precisamos de coisas que gerarão muito dinheiro ".