Como você já deve saber, uma das piores decisões que poderia tomar hoje é ficar alheio ao avanço tecnológico. Ignorar uma internet veloz achando que não precisa, não modernizar o seu modo de trabalhar, permanecer usando métodos obsoletos e já superados, etc.
Pior do que isso ainda é se um país inteiro resolve se colocar nessa posição. Já pensou? Que o diga o pessoal que viveu nos anos 90 no Brasil e que, por conta de medidas protecionistas, foi obrigado a usar computadores e notebooks da Itautec.
Hoje a coisa é diferente por aqui e você já pode usar sua máquina top de linha desde que consiga pagar pela carga tributária, porém, por mais incrível que pareça, em pleno 2018, alguns países ainda se negam a abrir suas aduanas para o que vem de fora, como é o famoso caso da Coreia do Norte.
Obcecados em provar que são independentes e que o seu regime é superior aos demais, os norte-coreanos rejeitam o que vem de fora e criam suas próprias versões seja lá o que for que eles estejam precisando, inclusive no mundo da tecnologia como você verá nesse post.
A ideologia Juche, que pode ser traduzido como "autossuficiência" prega que tudo que o país precisa deve e pode ser produzido ali mesmo, sem a ajuda de ninguém.
No final das contas está todo mundo vivo? Sim. Deu certo? Mais ou menos? Eles produzem coisas bizarras? Certamente. Confira a partir de aquelas 10 invenções do regime norte-coreano que servem como ferramenta de propaganda, ajudando o regime a enganar seus cidadãos, fazendo-os acreditar que o país está competindo de igual para igual com o resto do mundo.
SPOILER: Se você acha que a China faz cópias malfeitas e bizarras espere até ver o que o povo mais abaixo geograficamente anda criando.
Intranet
Não podia começar esta lista sem outro item que não o da intranet que, como você verá no decorrer da leitura, irá ser um assunto muito recorrente.
Como você deve saber o acesso à internet como nós estamos acostumados - este que você está usando neste momento - onde o usuário é livre para escolher qual site quer visitar, baixar arquivos, etc. não existe na Coreia do Norte.
A conexão por lá é feita através de já citada Intranet, uma rede privada que possui domínios que só podem ser acessados por quem faz parte daquela rede local específica. Intranets são comuns em instituições privadas como bancos que querem ter a segurança de que o sistema de interno de transações e gerenciamento de correntistas só vai ser acessado por seus colaboradores, por exemplo. O problema é que no caso da Coreia do Norte os caras foram além e estenderam a tática a um país inteirinho.
Esse serviço de intranet nacional, conhecido como Kwangmyong (que significa "luz"), só é acessível de dentro do país. Assim como muitos tópicos sobre a Coreia do Norte, não existem muitas informações sobre o Kwangmyong, mas o pouco que se sabe sugere que ele tem um alcance bastante limitado. O país inteiro (25 milhões de habitantes) dispõe de apenas 1024 endereços IPs para suas conexões. A intranet por lá é usada principalmente por bibliotecas, universidades e outras organizações governamentais.
Há um número estimado de 1.000 a 5.000 sites no Kwangmyong - todos controlados pelo governo. Entre esses sites você encontrará as agências de notícias tradicionais do estado, todas elas com uma seção especial no site chamada de "Atividades do Líder Supremo", focada em relatar as ações e decisões de Kim Jong-Un. Além de propaganda e negócios oficiais, o Kwangmyong também possui seu próprio mecanismo de pesquisa, site de mídia social e serviço de mensagens.
O sistema tem alguns recursos que podem assustar os usuários da Internet comum. Uma foto de um cartaz em uma biblioteca norte-coreana tirada por um turista, por exemplo, mostra que os sites lá são acessados diretamente pelos seus endereços IPs e não pelos nomes. Por exemplo, para acessar o site do governo ao invés de digitarem www.NorthKorea.kp eles tem que digitar 185.15.74.163. Não há nada de errado com isso, na verdade até é o correto e mesmo sem saber você também acessa os sites pelos endereços IP.
Funciona assim: Sempre que digitamos um site no navegador o seu provedor pega aquele nome bonitinho, por exemplo, www.Facebook.com.br, vai numa lista de DNS (Domain Name System) onde estão listados os nomes e seus respectivos IPs e faz a correspondência do nome informado com o IP onde ele está. Após saber que o Facebook está armazenado em um servidor que tem como endereço o IP 31.13.74.35 a conexão será estabelecida e você verá a página normalmente.
Assim é feito com todas as páginas, inclusive essa do Oficina da Net que você está vendo agora. Convenhamos que é bem mais fácil não precisar decorar sequências numéricas, certo? Já imaginou ter que lembrar o IP de todas as páginas que você visita? Foi por isso que o pessoal criou o DNS. Mas como dito antes não há nenhum problema com o método dos norte-coreanos. Digite o mesmo 31.13.74.35 e você cairá no Facebook, mas bem que o Regima podia dar uma ajudinha e facilitar as coisas um pouquinho, não acha?
Outra característica única dos sites da Kwangmyong é que quando os nomes dos Grandes Líderes Kim Jong-Il e Kim Il-Sung são escritos eles devem ser negritados para se destacarem do restante do texto.
Mas um último detalhe: A conexão a páginas normais até existe na Coreia do Norte, porém ela é reservada ao alto escalão do governo e a turistas. Além disso o país também tem as suas páginas públicas, ou seja, que está na internet registradas sob o domínio .kp e que eu e você podemos acessar. No entanto o número de destinos possíveis é deprimente: São apenas 28 sites no país inteirinho . Dá cerca de 1 site para cada 1.1 milhão de habitantes.
Os assuntos vão desde as agências oficiais de notícia na versão ocidental e a companhia aérea do país até uma rede social e um site de receitas. Você pode conferir todos eles clicando aqui.
Detalhe interessante: Dentro do game GTA V existe uma internet que o jogador pode usar para concluir as missões do game, acessar minigames, etc. Nessa internet do GTA V existem 83 sites, quase 3 vezes o número de sites que possui a Coreia do Norte.
Streaming
Quem disse que os norte-coreanos passam vontade ao saber que são um dos 4 únicos países do mundo que não tem acesso a Netflix (os outros são Ucrânia, China e Síria)?
Isso porque os poucos habitantes do país que possuem um dinheirinho a mais no final do mês podem assinar o Manbang, o serviço de transmissão de conteúdo sob demanda norte-coreano lançado em 2016, que transmite conteúdo através de um aparelhinho conectado às tevês (bem parecido com um receptor de parabólica). Assim como na intranet, o conteúdo do Manbang é limitado principalmente a notícias e filmes controlados e permitidos pelo Estado, além de programas de ensino de idiomas como inglês e russo.
Semelhante a Netflix, o Manbang permite aos usuários navegar por categorias de vídeo e pesquisar usando palavras-chave. Alguns aspectos da interface do usuário, inclusive, são bastante semelhantes à concorrente americana.
O mais legal de tudo é que quando a própria Netflix tomou conhecimento do que estava acontecendo lá na Coreia do Norte ela mudou sua conta no Twitter para "Manbang knockoff" - algo que pode ser traduzido tanto como "Manbang Imbecil" como "a imitação da Manbang".
Smartphone
Quem disse que o Regime não possui smartphones e outros gadgets? Para provar o contrário aí está o Arirang (nome de uma música folclórica do país), a primeira tentativa da Coreia do Norte de fabricar seu próprio smartphone.
O dispositivo foi anunciado em 2013 por fontes de notícias oficiais que afirmavam que ele seria inteiramente construído dentro do país. O líder supremo Kim Jong-Un pessoalmente inspecionou o telefone em um esforço para ajudar a promovê-lo.
O telefone roda uma forma modificada do Android, mas a funcionalidade real do dispositivo é questionável, já que não há acesso externo à Internet na Coreia do Norte. A Koryolink, o único fornecedor de serviços de celular do país, só permite chamadas domésticas e acesso aos websites aprovados da intranet do país.
Além de levantar a discussão por conta da quase certeza de o governo usar o aparelho para monitorar a população o design do telefone também deu o que falar já que, segundo alguns, ele ficou bem parecido com o smartphone de baixo custo chinês "Uniscope U1201". Há especulações de que o Arirang, inclusive, seja produzido na China e então enviado para as "fábricas" norte-coreanas, permitindo que o regime assuma o crédito pela tecnologia.
Mas aposto que nem mesmo esses detalhes foram suficientes para abalar a felicidade dos cidadãos em ter a oportunidade de possuir um telefone já que, em 2004, todos os celulares foram banidos no país. Isso aconteceu após uma suposta tentativa de assassinato contra Kim Jong-Il. O último dado que se tem sobre a quantidade de linhas ativas por lá é de 2008: 1 milhão. Hoje eles comemoram o recente lançamento Arirang 171. Confira tudo sobre ele aqui. Em 2012 a Coreia do Norte provou mais uma vez ao seu povo que eles eram autossuficientes, assim como manda a ideologia Juche. O alvo dessa vez foram os tablets. Com o lançamento do Samjiyon ficou provado por A + B que eles não precisam de nenhum iPad ou Galaxy Tab ocidental para serem felizes, pois o regime é capaz de criar seu próprio tablet com Android que custa apenas US$ 200. O dispositivo está cheio de não-funcionalidades, ou seja, coisas que ele não tem. Ele não tem suporte a Wi-Fi, por exemplo, mas possui um sintonizador de TV fixado nas frequências dos dois canais de televisão estatais da Coreia do Norte e acesso à intranet controlada pelo governo. Quer coisa melhor? E não é só isso: O dispositivo é diversão garantida para a família inteira: O Samjiyon vem repleto de aplicativos. Além de uma cópia de um daqueles jogos de tanques chineses e outros games de qualidade duvidosa há até uma versão traduzida de Angry Birds Rio, igualzinha à ocidental (sério mesmo). Saindo dos jogos há um aplicativo de leitura que - olha só a supervantagem - já vem carregado de livros sobre Kim Il-Sung, modos e etiqueta para crianças e ainda aprendizado de idiomas. Quando eu comprei um reader da Amazon tive que pagar pelos meus próprios livros, mas aqui a Coreia do Norte dá eles de graça para você <3
Tablet
De acordo com o review feito por um turista que conseguiu comprar um destes aparelhos em uma loja de presentes em Pyongyang, capital do país, o tablet é "surpreendentemente impressionante". As especificações do dispositivo são ótimas para o longínquo ano de 2012 e, segundo ele, a capacidade de resposta e velocidade do Samjiyon é impressionante e com quase nenhum atraso de animação. De tão bom para os padrões do país suspeita-se que o dispositivo possa ser fabricado, pelo menos em parte, por uma empresa chinesa.
Suas configs são:
- 1.2GHz de processador
- 1GB de memória
- 8GB ou 16GB de armazenamento interno
- tela de 7 polegadas com resolução de 1024 por 768 pixels
- câmera de 2 megapixels
- 250 gramas
Quando o governo descobriu o review público ao mundo inteiro deu um jeito de proibir a venda para estrangeiros, é claro.
O problema hoje para os residentes na Coreia do Norte que gostariam de ter um tablet para assistir a sua Manbang bem de boa é que eles parecem ter parado no tempo. O último modelo lançado pela companhia Ryounghung tem o mesmo processador e mesma memória de um modelo de 6 anos atrás e até um downgrade: agora só há a possibilidade de 8GB de armazenamento interno. Mas o que mais chama a atenção nem é isso, mas sim o nome: iPad...
Sistema operacional
Qual a coisa mais americana que você e quase todo mundo no planeta Terra usam e tem em casa? Uma cópia do Windows, é claro. Por isso a Coreia não perdeu tempo e foi correndo criar o seu próprio sistema operacional. Chamado de Red Star OS ele é o sistema operacional oficial da Coreia do Norte e é usado em computadores do governo, bibliotecas, e na casa dos cidadãos do país, que não tem outra opção (e segundo notícias oficiais a produção de computadores no país cresce a passos largos).
O sistema, que começou a ser desenvolvido em 2002 e hoje se assemelha bastante com alguma distribuição do Mac OS qualquer, é uma versão Linux altamente modificada que ainda inclui uma versão do Firefox chamada Naenara, palavra coreana para "meu país", na qual o usuário pode acessar a intranet.
Todo o sistema operacional foi pensado para garantir o controle do que as pessoas estão fazendo. O Red Star tem a capacidade de "marcar" os arquivos para então rastrear sua distribuição, permitindo que o estado norte-coreano reprima qualquer mídia estrangeira transferida para as máquinas através de drives USB. Além disso o sistema operacional é muito resistente a modificações indesejadas: Se um usuário tentar desativar o firewall, por exemplo, o computador será reinicializado automaticamente.
O release estável é a 3.0, mas a 4 já está sendo testada. Segundo a última informação vazada o Red Star OS 3.0 custava 32 Wons coreanos ou 89 centavos de real.
Carro
Não sei se você já havia parado para pensar, mas quem é que alimenta o mercado automotivo na Coreia do Norte que, segundo estimativas, conta com mais ou menos 275 mil carros? A resposta é que eles têm uma montadora, a Pyeonghwa Motors, uma joint venture entre a igreja sul-coreana - a "Igreja da Unificação" (que age politicamente pela união das coreias) - e uma empresa do governo norte-coreano.
A Pyeonghwa Motors detém exclusivamente os direitos de produção e venda automotiva na Coreia do Norte sendo a única empresa que se sabe possuir capacidade para construir automóveis - comprovada através de outdoors no país.
Dentre tantos modelos um que se destaca é o Junma, um carro de luxo imitação de um modelo sul-coreano que, por sua vez, é imitação de uma Mercedes-Benz classe E do meio dos anos noventa. Ou seja, o Junma é a imitação de uma imitação.
Embora seja o carro mais potente da montadora, com um motor de 197 cavalos, o Junma não parece ter muita saída por lá já que a maioria de cidadãos norte-coreanos são impedidos de dirigir e os que não são, dificilmente tem dinheiro para um carro de luxo. Assim ele acaba sendo um carro de altos funcionários do governo.
As estatísticas de produção da Junma são desconhecidas, mas a produção total de automóveis da Pyeonghwa Motors é estimada em cerca de 1.000 unidades por ano distribuídas em seus 13 modelos.
Como se sabe não é muito simples de entrar no país e caso você tenha ficado querendo comprar um Junma eu tenho a solução: ir até o Vietnã! Impressionantemente a Coreia do Norte exportou 40 milhões de dólares em automóveis em 2016, muitos deles foram para o país (o Brasil exportou 4.7 bilhões de dólares no mesmo período).
Tecido símbolo da nação
E quando você acha que finalmente aparecerá um item que a Coreia do Norte realmente merece crédito vem a verdadeira história e acaba com as esperanças. O rolo por trás da fibra de vinil é mais ou menos assim:
No final da década de 30 o Império japonês comandava o território norte-coreano (ainda unificado) e o fluxo de pessoas era constante de um lado para o outro do Mar do Japão. Entre essas idas e vindas enquanto morava no país do Sol Nascente um químico coreano (nascido na parte que futuramente seria a Coreia do Norte) desenvolve junto de seus colegas nipônicos uma fibra sintética que ficaria conhecida como Fibra de Vinil.
Pouco mais de 10 anos depois estoura a Guerra da Coreia, o Japão vai se retira do país e o território é dividido entre norte e sul. Na ocasião o inventor coreano do material aproveitou para voltar para casa - que agora era a novíssima Coreia do Norte.
Kim Il-Sung (sósia do Maurício de Souza - como você pode ver na foto ao lado), que não era bobo nem nada, aproveita a oportunidade para reivindicar a invenção da fibra de vinil como uma criação legítima e um símbolo da inteligência de seu país. A partir de então seriam produzidas toneladas e mais toneladas do material, indo quase todas elas para roupas e uniformes dos soldados.
O problema para Kim Il-Sung é que tão logo acabou a guerra o país passou a sofre com pesadas sanções econômicas do restante do mundo o que acabou deixando a Coréia do Norte sem as matérias-primas necessárias para produzir o que consumia, entre elas o Álcool polivinílico usado para fazer a sua fibra de vinil. A saída foi passar a fabricar a fibra de vinil com materiais alternativos.
E assim, na gambiarra superação, a fibra de vinil passou a ser fabricada noite e dia tornando-se rapidamente uma poderosa ferramenta de propaganda para o governo norte-coreano e sua filosofia. A fibra de vinil representava tanto os ideais defendidos pelo regime que ela acabou sendo apelidada de "fibra Juche" e um exemplo de autossuficiência norte-coreana. Em uma canção de propaganda intitulada "Como é Grande o Socialismo!", os cantores louvam como "o tecido de vinil se derrama como uma cachoeira".
Ironicamente, a fibra de vinil imitação, assim como os preceitos da ideologia Juche, provou ser bem-ruinzinha no longo prazo e depois de um período de grande produção foi diminuindo até ser substituída por outros têxteis sintéticos, como o nylon.
Finalmente chegamos em um item que não é de todo uma falha do regime: satélites. O primeiro deles foi o Kwangmyongsong-1 (Estrela Brilhante 1), lançado em agosto de 1998. Segundo a mídia oficial além de o lançamento ter sido um sucesso retumbante, o satélite ainda transmitia hinos patrióticos em código Morse enquanto orbitava a Terra. O único problema com esse feito (aparentemente) impressionante é que o satélite jamais foi detectado por alguma estação de rastreamento internacional, o que suscita algumas suspeitas sobre a Estrela Brilhante. No melhor das hipóteses os especialistas concluíram que ela havia entrado em órbita baixa antes de voltar ao oceano. Como muitas outras tecnologias nesta lista, Kwangmyongsong-1 pode ter sido uma imitação chinesa. O desenho poliédrico do satélite é suspeitamente semelhante ao primeiro satélite do país vizinho, o Dong Fang Hong I, que por sua vez mostra semelhanças com um satélite americano anterior. O questionável design e função do satélite não impediu que o Estado norte-coreano o proclamasse um sucesso, declarando que o lançamento "encoraja o povo coreano nos esforços para construir um poderoso Estado socialista sob a sábia liderança do secretário-geral Kim Jong Il." Mesmo com a parceria firmada com a União Soviética/Rússia - um grande aliado de regime comunista - a lhe ceder algumas tecnologias e armas, a Coreia do Norte quis mostrar que tinha condições de criar seu próprio armamento. Aqui é Juche. Foi asso, que surgiu a Type 73 Light Machine Gun um dos únicos projetos originais de armas de fogo usados pelo Exército norte-coreano conhecido por armar suas tropas, principalmente, com cópias de antigas armas soviéticas. O Tipo 73 em si é uma verdadeira colcha de retalhos de armamento do Bloco Oriental: o corpo é parecido com a metralhadora soviética PK e o mecanismo de alimentação parecido com a Vz.52 da Checoslováquia.
Satélite
Arma
A arma desenvolvida na Coreia do Norte dispara a partir de um sistema de alimentação duplo, o que significa que pode disparar usando tanto um pente de munições acoplado na parte de cima (parece uma AK47 de cabeça para baixo) como um cinto de munição (tipo a ponto 50). A arma tem ainda uma alça e uma coronha de madeira, o que deixa o armamento décadas atrás das modernas e práticas metralhadoras fabricadas em metal leve e de última geração dos inimigos.
Surpreendentemente, a arma conquistou seu público e já foi flagrada nas mãos de militantes na África e no Oriente Médio. O Irã, por exemplo, foi o destino de várias e várias Light 73 durante a Guerra entre Irã e Iraque. Mais tarde, as armas foram encontradas sendo usadas pelas forças pró-Assad na Guerra civil da Síria e ainda pelos rebeldes Houthi no Iêmen. Essas unidades podem, inclusive, ser de origem iraniana que, depois de receber sua remessa inicial da Coreia, podem ter começado a fabricá-las.
E por ser uma cópia de uma cópia até que a arma tem se saído bem.
Míssil balístico
E se todas - ou quase todas - invenções até aqui não passavam de uma coisa engraçada, este daqui é bem diferente. O Hwasong-10, também conhecido como Musudan, é uma das últimas armas de destruição em massa anunciada e testada pelos norte-coreanos - embora não seja nem a única nem a mais potente.
Com um alcance de 4 mil quilômetros e capacidade para atingir as bases militares americanas no Pacífico, o míssil já foi usado em 9 testes até agora. O status dos testes é controverso: Segundo o governo norte-coreano os últimos testes foram um sucesso, já pela visão dos Estados Unidos e Coreia do Sul o máximo que eles cosneguiram foi um lançamento com sucesso parcial.
Os dois primeiros testes do míssil falharam no lançamento, o terceiro teste viajou apenas a uma curta distância e o quarto acabou explodindo na plataforma de lançamento, supostamente matando os militares que estavam envolvidos com a operação. Testes posteriores resultaram em uma maior distância de voo deixando os oficiais americanos preocupados já que, segundo eles, após aperfeiçoado o míssil poderá ser usado para atingir a base de Guam, no Pacífico.
Sem surpresa, a Coreia do Norte não foi capaz de desenvolver essa tecnologia de forma totalmente independente, contando com a ajuda de nações amigas. O trabalho sobre o míssil começou na década de 1990, quando o país contratou engenheiros da então União Soviética para ajudarem a construir um míssil baseado em um projeto mais antigo dos mesmos soviéticos.
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