O uso de painéis solares é uma excelente alternativa para a captação de energia de baixo custo. Atualmente, devido ao seu custo elevado de instalação, ainda não está presente em todas as residências, porém, a tendência é que a realidade mude com o passar do tempo.

Com o crescimento rápido do uso dos painéis solares, especialistas já estão preocupados com o que fazer com as milhares de placas quando elas não funcionarão mais.

O Ministério do Meio Ambiente do Japão, em novembro de 2016, alertou que o país irá produzir 800.000 mil toneladas de resíduos solares até 2040, sendo que ainda não consegue lidar com tal volume. Ainda no mesmo ano, a Agência Internacional de Energia Renovável estimou que já havia 250.000 toneladas métricas de resíduos de painéis solares no mundo e que o número iria crescer 75 milhões até 2050. "Essa é uma incrível quantidade de crescimento", diz Mary Hutzler, pesquisadora sênior no Institute for Energy Research. "Vai ser um grande problema."

Quanto mais painéis solares, maior desperdício, afirmam pesquisadores.
Quanto mais painéis solares, maior desperdício, afirmam pesquisadores.

No geral, os painéis solares possuem garantia de 25 a 30 anos e podem até durar mais tempo. Porém, vale ressaltar que, com crescimento do uso da tecnologia, opções mais baratas acabaram surgindo no mercado, porém, sem a mesma durabilidade, podendo quebrar em apenas cinco anos, disse a editora-chefe da Solar Power World, Kelly Pickerel.

Painéis solares

No mercado, existem diferentes tipos de painéis solares, sendo que a maioria deles possui alumínio, vidro, prata e um material elástico chamado de etileno-vinil acetado. A grande questão é que eles podem conter materiais mais perigosos e em alguns casos até cancerígenos, como o chumbo e o cádmio. Eles são vedados com vidro e bastante seguro, porém, quando o vidro se rompe os painéis acabam sendo danificados e as substâncias podem vazar.

O risco é maior em locais com clima extremo, principalmente em que pode haver furações e granizo. Além disso, ventos e chuvas também podem danificar as placas.

Reciclagem

Por enquanto, mesmo com alguns esforços, a reciclagem de painéis solares ainda não é viavelmente econômica. Eles possuem alguns materiais valiosos, como prata e cobre, porém, não tanto quanto celulares e outros gadgets. Por conta disso, o Instituto de Pesquisa de Energia Elétrica sugere que o armazenamento de painéis antigos a longo prazo, como por exemplo em um aterro, pode ser a melhor opção até que a situação de reciclagem seja resolvida.

Há dois anos, a SEIA estabeleceu um programa nacional de reciclagem a um grupo de norte americanos.  "Os volumes estão realmente baixos agora, o que é uma bênção e uma maldição", diz Justin Baca, vice-presidente de mercados e pesquisa da SEIA. "É uma bênção que é bom não ter muito desperdício. Mas não ter muitos resíduos significa que os recicladores tradicionais não estão muito interessados, uma vez que só se torna econômico fazer com certos volumes de resíduos. "

O estado de Washington, no ano passado, aprovou uma legislação que exige que os fabricantes de painéis solares tenha um plano de reciclagem para os seus produtos. A Europa, por sua vez, inaugurou a sua primeira usina de reciclagem de painéis solares, em junho deste ano.

Como podemos perceber, o caminho ainda é longo, e com o alto crescimento das placas solares, é necessário sim o investimento de um modo de descarte seguro.

Fonte: The Verge