A startup voltada para gestão e interconectividade de ativos Evoy realizou nesta terça-feira (29) um evento em São Paulo onde discutiu, entre outras coisas, qual será o impacto da tecnologia na sociedade em 2030.
Dentre os temas abordados foram mercado de trabalho, moda, saúde e mobilidade urbana, além de serem expostos cases da indústria 4.0.
Antes do início dos debates, Rogério Junqueira, CEO e fundador da Evoy explicou a mudança de nome da empresa. Conhecida anteriormente por Reciclapac, a startup mudou de nome exatamente para transmitir a ideia de evolução.
O mundo atual e em 2030
Os primeiros debates do evento foram realizados por Marta Castilho, consultora em Desenvolvimento de Liderança e Equipe de Alta Performance da Evoy e Cileneu Nunes, CEO da Upaya.
Como definir o mundo atual? Segundo Castilho, por quatro letras: VUPA. Um mundo volátil, incerto, complexo e com ambiguidades. "A era industrial não foi preparada e pensada para o mundo VUCA. É preciso uma capacidade adaptativa e os líderes devem criar ambientes que incentivem o sentimento de capacidade da conquista dos resultados esperados. Modelos de gestão de liderança precisam mudar rapidamente e ter um significado para todos nós", disse Castilho.
Já no que diz respeito ao futuro, Nunes levantou questões sobre a velocidade em que o mundo está passando por transformações e o que esperar: "Algumas das minhas apostas, pensando em um cenário de futuro para 2030, é que teremos mais transparência, cidadania, descentralização, desintermediação, interdependência, economia compartilhada e consciência ecológica. Valores, ética, propósito e um mindset inclusivo são peças chave neste futuro que estamos construindo".Mercado de trabalho atualmente e em 2030
Na área do mercado de trabalho, Mário Kaphan, fundador da VAGAS.com e Gisela Schulzinger, fundadora da Haus Design e presidente da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) discutiram o possível cenário para 2030.
Começando por Kaphan, o fundador da VAGAS.com defendeu que um dos desafios que deverá ser enfrentado pelo ser humano no futuro é a capacidade de se tornar mais consciente - abandonar a ideia de trabalhar com algo apenas para sustentar casa e família e focar em algo que traga sentido.
Kaphan ainda defendeu que acredita em um mundo em que as pessoas escolham ser a não ser. Sua empresa trabalha com uma gestão horizontal, onde não há hierarquia. Isso incentiva pessoas a compartilhar seus valores, uma vez que não há um "chefe" para repreender. "Eu aposto em um mundo em que as pessoas escolham ser a não ser. Que escolham vivenciar os seus valores ao invés de se acomodar pela facilidade e não se colocar. O futuro é de pessoas que sejam. Ser elas mesmas vivendo seus propósitos", diz Kaphan.
Para complementar, Gisela Schulzinger fez uma reflexão sobre o mercado atualmente, ao dizer que as marcas reforçam questões impostas pela sociedade - deixando de lado a ideia fixa de apenas vender um produto. "As marcas hoje possuem outra missão. Elas impulsionam questões que a sociedade exige. Não é mais sobre vender produtos e abraçar causas que não tenham a ver com o meu DNA. O próprio modelo econômico mudou e hoje só faz sentido a geração de lucro somada com a geração de valor. É importante que todos busquem lugares diferentes, pessoas diferentes e conexões diferentes para cultivar o pensamento inovador".
O futuro, o transporte, a moda e a tecnologia
Para esse debate, foram convidados Ricardo Penzin, head Brasil da HyperloopTT, Marco Lauria, consultor e membro da I2AI e Paulo Queiroz, fundador da PQ Consultoria.
Ricardo Penzin abordou o projeto de sua empresa durante o evento, a HyperloopTT, comentando como poderá ser um novo meio de transporte no futuro. Criada por Elon Musk, a ideia da empresa é desenvolver um veículo em cápsulas, que se deslocam dentro de túneis e serão mais rápidos que aviões - chegando a até 1200 km/h. A HyperloopTT já conta com 40 parcerias, sendo algumas delas espalhadas pela Alemanha, Estados Unidos, Abu Dhabi, França e China.
"Foi criado um modal que até então não existia. Estamos no Brasil pelo seu potencial de crescimento e utilização, e pelo potencial investidor. Afinal, são perdidos cerca de R$ 7.3 bilhões nos engarrafamentos por carro, todo ano, e agora temos a possibilidade de transportar com mais assertividade, com custo menor e menos poluente no meio ambiente", disse Penzin.
Depois foi a vez de Marco Lauria comentar sobre as expectativas no campo da Inteligência Artificial para 2030, que, claro, são positivas. Com foco primeiramente em moda, Lauria comentou sobre aplicativos que podem escanear o usuário e, por meio da IA, estimar medidas do corpo humano. A partir daí, é possível que a pessoa escolha o padrão de roupa que quer.
Ainda neste raciocínio, Lauria comenta: "são 7 bilhões de pessoas no mundo, e até 2030, seremos 10 milhões. Não terá alimentação para todo mundo. A boa notícia é que já existem tecnologias que selecionam os alimentos com os nutrientes que você precisa para ter saúde ou de acordo com o seu quadro de saúde no momento. Hoje, existem carrinhos de supermercado que vão até você e não mais você precisa ir até os supermercados". Por último, Paulo Queiroz levantou o debate sobre questões humanas e éticas em torno da tecnologia e também sobre a educação. "Com o mercado de U$$ 14.7 trilhões previsto em 2030 de aparelhos conectados, as pessoas passaram e passarão a se organizarem ainda mais nas redes, mas precisamos batalhar a igualdade de ideias. Será que cultura do planeta será redefinida? Vamos encontrar os gênios? Teremos computadores domésticos com a capacidade de processamento de toda a raça humana", disse Queiroz. Já no campo da educação, Queiroz defende que é preciso uma mudança no método de ensino, uma vez que grande parte das profissões do futuro ainda sequer existem.
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