Foi anunciado recentemente que a criação de uma molécula medicamentosa, desenvolvida através puramente de inteligência artificial (IA), será utilizada em testes em humanos. O resultado faz parte de uma parceria entre a startup britânica Exscientia, focada em biotecnologia, e a empresa farmacêutica japonesa Sumitomo Dainippon Pharma. A droga foi criada para tratar pessoas que possuem transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e seu composto foi descoberto através de sistemas da Exscientia.
Uma droga demora 4 anos e meio começar os testes em humanos, mas com IA é possível em menos de 12 meses
Normalmente, para chegar ao estágio de testes clínicos em humanos, uma droga demora aproximadamente 4 anos e meio. Entretanto, utilizando ferramentas de IA, é possível, de acordo com a Exscientia, chegar neste nível em apenas 12 meses ou até menos. O medicamento, chamado de DSP-1181, foi desenvolvido através da utilização de algoritmos para filtrar possíveis compostos e compará-los com um enorme banco de dados de parâmetros, que inclui, por exemplo, a genética de um paciente.
We have reached a critical milestone in the development of #AI and medicine. With Sumitomo Dainippon Pharma, we have developed the first drug created by #AI to enter human clinical trials. Read more here: https://t.co/vQF95x3Nk6
— Exscientia (@exscientialtd) January 30, 2020
Durante uma entrevista feita pela BBC, o professor chefe da Exscientia, Andrew Hopkins, diz:
"É um marco fundamental na descoberta de drogas."
Andrew complementa dizendo:
"Temos visto diagnósticos de pacientes utilizando IA, além de análise de dados e exames de pessoas, mas o que fizemos foi o uso da IA diretamente para a criação de um novo medicamento. São necessárias bilhões de decisões para encontrar as moléculas corretas e é uma decisão enorme projetar um medicamento com precisão. Mas a beleza do algoritmo é que eles são agnósticos, portanto, podem ser aplicados a qualquer doença."
Exscientia afirma que já está desenvolvendo medicamentos para câncer e doenças cardiovasculares
O medicamento recém desenvolvido entrará para a fase de testes no Japão, e se forem bem aceitos, seguirão para testes ao redor do mundo. A empresa afirma que já está trabalhando em medicamentos para o tratamento de câncer e doenças cardiovasculares. A expectativa é que até o final do ano a companhia já possua outra molécula pronta para testes clínicos.
O executivo-chefe do Instituto de Pesquisa do Câncer, Paul Workman, não participou da pesquisa, mais disse:
"Acho que a IA tem um enorme potencial para aprimorar e acelerar a descoberta de medicamentos. Estou animado para ver o que acredito ser o primeiro exemplo de um novo medicamento que agora está entrando em ensaios clínicos em humanos, criado por cientistas que usam a IA de uma maneira importante para orientar e acelerar as descobertas."
Como será a aceitação de medicamentos criados por maquinas com inteligência artificial?
Com a vinda de medicamentos criados por máquinas com inteligência artificial, iremos enfrentar uma mudança de paradigmas e consequentemente será necessário haver uma mudança de modo de pensar. É provável que durante os testes com o medicamento para tratar o TOC, o DSP-1181, enfrente resistente por parte de alguns pacientes, afinal, é algo muito diferente. De qualquer forma, é justamente para isso e outros aspectos que são feitos experimentos antes de liberar para comercialização.
Fonte: exscientia, Engadget, BBC
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