Ao que parece, recentemente cientistas australianos identificaram como o sistema imunológico das pessoas combate o Coronavírus (COVID-19). A pesquisa que mostra como a população infectada pela enfermidade se recuperou, foi publicada no início da semana, na revista Nature Medicine. Globalmente já são mais de 191 mil casos conformados do vírus e mais de 7800 mortes.
De acordo com a coautora da pesquisa realizada no Instituto Peter Doherty, Prof. Katherine Kedzierska:
"Essa [descoberta] é importante porque é a primeira vez que estamos realmente entendendo como nosso sistema imunológico luta contra novos coronavírus."
O que foi descoberto?
Diversas pessoas conseguiram se recuperar do Coronavírus, ou seja, o nosso sistema imunológico, se saudável, é capaz de combater com sucesso o vírus. Entretanto, ainda não se sabia como isso ocorria. Porém, pela primeira vez, a pesquisa de cientistas do Instituto australiano Peter Doherty conseguiu identificar quatro células do sistema imune que colaboraram para combater o COVID-19.
Our researchers have mapped immune responses from one of Aust 1st #COVID-19 patients, showing the body’s ability to fight the virus and recover from the infection published in @NatureMedicine @TheRMH @UniMelbMDHS @unimelb @kedzierskalab @ProfSharonLewin https://t.co/bgdlQCxh4K pic.twitter.com/YFl02Cuey6
— Doherty Institute (@TheDohertyInst) March 16, 2020
A paciente analisada foi uma mulher chinesa que teve um caso leve a moderado do vírus, sem nenhum problema de saúde anterior. Ela se apresentou em um hospital na Austrália e após 14 dias, conseguiu se recuperar. Katherine disse à BBC que analisou de forma ampla "toda a amplitude da resposta imune" na paciente.
Antes da paciente chinesa ter alta, mais especificamente 3 dias antes, células especificas foram detectadas em sua corrente sanguínea. De acordo com a cientista, estas mesmas células estão presentes durante a recuperação de uma gripe. Katherine disse à BBC:
"Ficamos muito empolgados com nossos resultados - e com o fato de podermos realmente capturar o surgimento de células imunes no paciente infectado antes da melhora clínica."
De acordo com a pesquisadora, mais de meia dúzia de cientistas trabalharam nesta pesquisa para conseguir entregar a análise com agilidade.
Como a descoberta pode ajudar?
De acordo com o reitor de ciências da saúde da Universidade de Tecnologia de Swinburne, professor Bruce Thompson:
"Identificar quando as células imunológicas entram em ação pode ajudar a "prever o curso do vírus". Quando você sabe quando as várias respostas ocorrem, é possível prever onde está a recuperação do vírus."
Além disto, segundo o ministro da saúde da Austrália, Greg Hun, essa descoberta poderá colaborar para "agilizar" a criação da vacina para o vírus, além de possíveis tratamentos para pessoas que foram infectadas pelo COVID-19.
De acordo com Katherine, o próximo passo da pesquisa é conseguir determinar por que a resposta de algumas pessoas é mais fraca, analisando os piores casos. Segundo a cientista:
"É realmente fundamental agora entender o que está faltando ou é diferente nos pacientes que morreram ou que têm doenças realmente graves - para que possamos entender como protegê-los."
No início do ano o Instituto Peter Doherty foi o primeiro a conseguir recriar o vírus fora da China. Após essa descoberta, o centro de estudos e pesquisas recebeu financiamento adicional do governo australiano, além de doações de empresas e do bilionário chinês Jack Ma. Confira abaixo o vídeo da cultura de Coronavírus recriada fora do território chinês:
O que achou desta descoberta? Comente abaixo e compartilhe conosco a sua opinião!
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
😃 Boa, seu feedback foi enviado!
✋ Você já nos enviou um feedback para este texto.