Após uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve dos Correios finalmente chegou ao fim. Os funcionários da estatal devem retomar suas atividades ainda hoje (22), sob risco de multa de R$ 100 mil por dia. A paralisação foi iniciada em 17 de agosto, tendo como objetivo lutar contra medidas que buscam realizar diversas economias e, consequentemente, prejudicar a categoria.
A decisão do TST representa uma derrota para a estatal, afinal, ela não queria aplicar o reajuste salarial, mas devido a ordem emitida pelo órgão público, agora temos uma correção de 2,6% - valor bem menor que o requisitado pelos grevistas, que esperavam 5%. O ponto mais crítico da negociação envolveu a eliminação e alteração de mais de 70 benefícios que historicamente são concedidos aos funcionários da empresa.
Mudanças
Até algum tempo atrás, o adicional de férias, por exemplo, era de 2/3 do salário, mas agora ele será de 1/3, seguindo as regras da CLT. De acordo com os Correios, essa diminuição vai gerar uma economia de R$ 600 milhões por ano. A licença-maternidade também passará por alterações, saindo de 180 dias de descanso para 120 dias, a mesma quantia oferecida no mercado para contratos CLT.
Em uma entrevista, Floriano Peixoto, presidente dos Correios, afirmou que a extinção ou redução dos 70 benefícios seria capaz de cortar os gastos de maneira significativa, resultando em uma economia de R$ 800 milhões por ano.
Apesar da pandemia de COVID-19 ter aumentado a demanda pelos serviços da estatal, principalmente devido a aceleração do e-commerce, o executivo revelou que essa quantia a mais seria extremamente necessária para suprir um déficit de R$ 2,4 bilhões nos cofres da empresa.
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