De acordo com o censo feito pelo IBGE em 2010, mais de 6,5 milhões de cidadão brasileiros dizem possuir alguma deficiência visual. Deste total, são 596 mil são cegos e o restante uma grande dificuldade para enxergar. Este tipo de deficiência atinge 3% da população brasileira, e pensando nisso, uma startup chamada Contra decidiu desenvolver uma solução: o conta-gotas sonoro nomeado como Ping.
Em uma entrevista feita pelo site Gizmodo Brasil, um dos sócios da Contra, Diogo Carvalho, diz:
"Nas entrevistas feitas pelos alunos do projeto da universidade, vimos que algumas pessoas com deficiência visual aceitavam tomar uma dosagem um pouco errada quando se tratava de medicamentos para eles mesmos, mas quando você precisa aplicar a medicação para uma criança ou para uma pessoa mais idosa que essa pessoa com deficiência visual tem a responsabilidade de cuidar, isso é mais perigoso. A gente sabe que, no caso de determinados medicamentos, se você errar a dosagem, você pode colocar em risco a saúde da pessoa."
O desenvolvimento do Ping
O desenvolvimento do conta-gotas sonoro iniciou há quatro anos atrás e agora o produto encontra-se em sua fase final para depois ser comercializado. O protótipo do Ping está neste momento recebendo os últimos ajustes e em seguida será testado no Instituto dos Cegos da Paraíba. Após a fase de testes, a Contra irá apresentar o Ping para investidores e esperar por interessados em fabricá-lo.
Os desafios: do protótipo a versão final
De acordo com a entrevista feito pelo Gizmodo Brasil, a Contra nasceu em 2011 como uma empresa de comunicação. Porém, após algum tempo, a companhia decidiu buscar projetos de caráter social. Foi então que acharam um trabalho de conclusão de curso (TCC) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que daria origem ao conta-gotas sonoro Ping.
O que levou a Contra a escolher o projeto dos estudantes da UFPB foi a simplicidade da ideia e originalidade. Diogo diz:
"É uma tecnologia simples que resolve um problema complexo. A tecnologia em si não tem nada de inovadora, mas sim o seu uso. Ela combinou todos os recursos para resolver um problema que era invisível aos olhos de muita gente."
Embora a ideia tenha sido inovadora, o protótipo original do conta-gotas feito durante o TCC na UFPB era muito grande e não muito prático. Então, através de uma parceria com a empresa holandesa Spark, foi feito um trabalho de redesign. Diogo diz:
"Esse formato de disco do Ping, que é apoiado em um copo, é fruto, inclusive, de uma referência holandesa: os waffles que eles costumam colocar em uma xícara de chá ou café para esquentar."
Produção do primeiro lote
Após os últimos ajustes e testes, a Contra irá buscar investidores que queiram financiar a produção do conta-gotas sonoro Ping para assim tornar realidade este maravilhoso projeto. Com isto, será possível finalmente, após longos 4 anos (sem contar o desenvolvimento do TCC) a ideia finalmente poderá impactar de fato a população brasileira.
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