O tão aguardado leilão que vai determinar as empresas que vão desenvolver e operar o 5G no Brasil durante os próximos anos finalmente acontece hoje, 4 de novembro, a partir das 10h (horário de Brasília). Ao todo, 15 empresas e consórcios interessados apresentam suas propostas em uma licitação que deve movimentar R$ 49,7 bilhões. A abertura dos envelopes será realizada na sede da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e deve regulamentar a tecnologia no Brasil que já está presente em 65 países.
Leilão do 5G acontece nesta quinta-feira, 4 de novembro
Devido a diversos imprevistos e detalhes burocráticos, esse leilão que já deveria ter acontecido terá sua primeira sessão se iniciando hoje (4). A primeira etapa desta reunião com as empresas foi realizada no último dia 27 de outubro, quando parte das empresas e consórcios realizaram a entrega dos seus documentos.
Como o leilão do 5G vai funcionar?
Durante o leilão, a Anatel fará a abertura dos envelopes com as propostas e analisar os projetos de cada uma das empresas que concorrem, verificando em quais faixas de frequência e quais valores foram oferecidos por elas. Também será verificado se todos os proponentes estão de acordo com os requisitos mínimos do edital, apresentado pelo órgão há algumas semanas.
Quem concorre?
O leilão do 5G no Brasil será disputado por dois tipos de empresas:
- prestadoras de serviço de grande porte: que devem brigar entre pelas frequências mais elevadas e podem oferecer maior velocidade de conexão.
- companhias e provedores regionais de internet: mais interessados em frequências menores, de velocidade mais baixa, mas que permitem cobrir grandes áreas.
Confira abaixo, a lista de todas as 15 empresas que concorrem o 5G no Brasil:
- Algar Telecom SA.
- Brasil Digital Telecomunicações LTDA.
- Brisanet Serviços de Telecomunicações S.A
- Claro SA
- Cloud2U indústria e comércio de equipamentos eletrônicos LTDA
- Consórcio 5G Sul
- Fly Link LTDA
- Mega Net provedor de internet e comércio de informática LTDA
- Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação LTDA
- NK 108 Empreendimentos e Participações S.A.
- Sercomtel Telecomunicações SA
- Telefônica Brasil SA
- TIM SA
- VDF Tecnologia da Informação LTDA.
- Winity II telecom LTDA
Quanto vai custar?
Os valores destinados para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil, segundo a previsão da Anatel, giram em torno de R$ 49,7 bilhões e devem ser direcionados da seguinte forma:
- R$ 10,6 bilhões serão desembolsados pelas empresas vencedoras do leilão para pagamento das outorgas, isto é, pelo direito de explorar comercialmente o 5G. Esse dinheiro deve ser enviado para os cofres do governo federal.
- R$ 7 bilhões serão direcionados à implantação de internet rápida em escolas públicas no país.
Vale lembrar que o leilão não é arrecadatório, ou seja, parte das verbas levantadas serão investidas em infraestrutura. Com isso, o valor será usado para levar internet a áreas sem conexão, como pequenas cidades e estradas, e criar uma rede privada para o governo federal.
Os investimentos das operadoras candidatas vão ser utilizados para:
- Instalação de redes 4G em todos os municípios com mais de 600 habitantes, o que totaliza algo próximo de 500 municípios;
- Instalação obrigatória de serviço de roaming nacional, ou seja, clientes de uma empresa serão conectados ao sinal disponível, independente da operadora;
- Cobertura de 48 mil quilômetros de estradas com internet de alta velocidade (a prioridade são as BRs 163 e 364 que são algumas das maiores estradas federais do país).
Faixas de frequência do 5G: o que são e as diferenças
O sinal de internet do 5G será transmitido pelas operadoras vencedoras por ondas de rádio, impulsionando a chegada deste sinal aos celulares. Para que isso ocorra sem interrupções ou interferências com o sinal de outras ondas de rádio, como o 4G, Wi-Fi e até o sinal de televisão, o 5G vai precisar de faixas de frequência exclusivas.
Para facilitar o entendimento, é como se fossem estradas, e nelas, haverão acesso exclusivo para aquele determinado sinal. Segundo a Anatel, serão leiloados blocos em quatro tipos de faixas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.
As propostas das empresas e consórcios serão julgadas com base no critério de maior preço público ofertado para cada lote que consta no edital. Para conseguir a autorização para usar estas faixas, as operadoras precisam cumprir determinadas obrigações, o que inclui investimentos em infraestrutura para ampliação da cobertura de sinal no país. De toda forma, mesmo que uma operadora leve uma faixa inteira, ela ainda poderá dividir o uso com as rivais, para que todas possam operar.
A frequência de 3,5 GHz deverá ser a mais cobiçada, pois é a mais usada para o 5G no mundo. Dentre os benefícios, ela é a melhor opção em oferecer conexão rápida para o consumidor final.
O 5G vai chegar onde eu moro?
O edital liberado pela Anatel determinou que as empresas vencedoras do leilão, terão que concluir com o desenvolvimento e infraestrutura nas cidades brasileiras, seguindo o cronograma abaixo:
- 5G deve estar disponível nas capitais brasileiras até 31 de julho de 2022;
- Em cidades com mais de 500 mil habitantes até 31 de julho de 2025;
- Municípios com mais de 200 mil habitantes até 31 de julho de 2026;
- Cidades com mais de 100 mil habitantes até 31 de julho de 2027;
- Cidades com mais de 30 mil habitantes até 31 de julho de 2028.
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