A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) realizou o tão aguardado leilão das frequências dedicadas ao 5G no Brasil nesta quinta-feira (4). Durante o andamento do leilão, uma enxurrada de informações foram ventiladas na internet, especialmente sobre quais foram as empresas operadoras vencedoras, com algumas gratas surpresas. Os valores apresentados por cada uma delas terão uma boa parcela revertida para investimentos do 5G no Brasil.
5G no Brasil: quais foram as vencedoras?
Durante a primeira sessão do leilão do 5G, lotes das faixas exclusivas para a transmissão do sinal da tecnologia de quinta geração foram disputados por um total de 15 empresas. Confira agora quais são as vencedoras em cada uma delas.
Espectro | Lote | Cobertura | Lance Vencedor | Ágio | Vencedora |
700 MHz | A1 | Nacional | R$ 1.427.000.000,00 | 805,00% | Winity |
3,5 GHz | B1 | Nacional | R$ 338.000.000,00 | 5,18% | Claro |
3,5 GHz | B2 | Nacional | R$ 420.000.000,00 | 30,69% | Vivo |
3,5 GHz | B3 | Nacional | R$ 351.000.000,00 | 9,20% | TIM |
3,5 GHz | B4 | Nacional | Sem propostas | — | — |
3,5 GHz | C2 | SP e Norte | R$ 82.000.000,00 | 719,00% | Sercomtel |
3,5 GHz | C4 | NE | R$ 1.250.000.000,00 | 13741,71% | Brisanet |
3,5 GHz | C5 | CO | R$ 105.000.000,00 | 4054,27% | Brisanet |
3,5 GHz | C6 | Sul | R$ 73.600.000,00 | 1454,74% | Consórcio 5G Sul (Copel e Unifique) |
3,5 GHz | C7 | RJ, ES e MG | R$ 405.100.000,00 | 6266,00% | Cloud2You |
3,5 GHz | C8 | Setores 3, 22, 25 e 33 do PGO | R$ 2.350.000,00 | 358,50% | Algar Telecom |
3,5 GHz | D33 | Nacional | R$ 80.338.000,00 | 0,00% | Claro |
3,5 GHz | D34 | Nacional | R$ 80.337.720,46 | 0,00% | TIM |
3,5 GHz | D35 | Nacional | R$ 80.337.720,46 | 0,00% | Vivo |
3,5 GHz | D36 | Nacional | Sem propostas | — | — |
2,3 GHz | E1 | Norte | R$ 72.000.000,00 | 101,79% | Claro |
2,3 GHz | E3 | SP | R$ 750.000.000,00 | 755,10% | Claro |
2,3 GHz | E4 | NE | R$ 111.385.964,11 | 0,00% | Brisanet |
2,3 GHz | E5 | CO | R$ 150.000.000,00 | 381,15% | Claro |
2,3 GHz | E6 | Sul | R$ 210.000.000,00 | 260,00% | Claro |
2,3 GHz | E7 | RJ, ES, MG | R$ 176.400.000,00 | 124,75% | Vivo |
2,3 GHz | E8 | Setores 3, 22, 25 e 33 do PGO | R$ 32.000.000,00 | 406,19% | Claro |
2,3 GHz | F1 | Norte | R$ 29.000.000,00 | 1,59% | Vivo |
2,3 GHz | F3 | SP | R$ 231.000.000,00 | 229,21% | Vivo |
2,3 GHz | F4 | NE | Sem propostas | — | — |
2,3 GHz | F5 | CO | R$ 30.000.000,00 | 20,28% | Vivo |
2,3 GHz | F6 | Sul | R$ 94.500.000,00 | 102,30% | TIM |
2,3 GHz | F7 | RJ, ES, MG | R$ 450.000.000,00 | 616,69% | TIM |
2,3 GHz | F8 | Setores 3, 22, 25 e 33 do PGO | R$ 57.000.000,00 | 1027,08% | Algar Telecom |
Total | R$ 7.088.349.405,03 | Ágio médio: 1210,40% | 26 Lotes vendidos |
700 MHz
O lote A1 representou, durante o leilão, um bloco restante não usado da faixa do 700 MHz que já é utilizada como um espectro para o 4G de operadoras como Claro, TIM e Vivo. Dentre as empresas que disputaram essa faixa, a grande vencedora foi a Winity II Telecom, por uma quantia de R$ 1,4 bilhão, o que a tornou a mais nova operadora de telecomunicações no Brasil.
3,5 GHz - nacional
A faixa de frequência dos 3,5 GHz é a mais disputada pelas empresas e operadoras, já que é a mais utilizada no mundo, oferecendo a melhor qualidade no sinal e maior velocidade. Primeiro, foram leiloados quatro blocos de 80 MHz cada, voltado a provedoras nacionais. A Claro, maior operadora do Brasil, levou o lote B1. Vivo e TIM levaram os lotes B2 e B3, respectivamente. Os para o arremate giram em torno de R$ 338 milhões a R$ 420 milhões.
Além disso, as três operadoras levaram os lotes D33, D34 e D35, que acrescentam mais 20 MHz a cada faixa por uma quantia de R$ 80,3 milhões adicionais. Assim, as empresas completaram um total de 100 MHz na frequência de 3,5 GHz.
O lote B4 daria a oportunidade para uma quarta operadora disputar o mercado com a trinca de ferro citada acima, mas não houve nenhuma proposta e o leilão foi encerrado.
3,5 GHz - regional
Também foram leiloados blocos de 80 MHz para operadoras regionais, que poderão fornecer internet móvel a cidades locais com menos de 30 mil habitantes, além de fazer backhaul de fibra óptica.
Neste caso, a Anatel organizou os lotes em blocos conforme a região atendida. Os blocos C1 (Norte) e C3 (vinculado ao C1) não houverem propostas e, consequentemente, não houveram também vencedores. O C2 (Norte e SP) foi arrematado pela Sercomtel com a contraproposta de R$ 82 milhões.
Já na disputa dos blocos C4 (Nordeste) e C5 (Centro-Oeste), a Brisanet saiu vencedora e desembolsou R$ 1,25 bilhão e R$ 105 milhões, respectivamente a cada lote. O C6 (Sul) ficou para o Consórcio 5G Sul - formado por Copel Telecom e Unifique - pelo valor de R$ 73,6 milhões no total.
Por fim, houve também o leilão do lote C7 (Sudeste, menos SP), que engloba os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, arrematado pela Cloud2U, por R$ 405,1 milhões, tornando-se uma nova provedora de telecom no país. A Algar Telecom também participou da disputa e levou o lote C8 (partes do Sudeste e Centro-Oeste), sendo obrigada a investir no fornecimento de internet para a região sul de Minas, parte do Mato Grosso e de São Paulo. O valor investido pela Algar foi de R$ 2,35 milhões.
2,3 GHz - cidades não atendidas pelo 4G
A Anatel também colocou a disposição no leilão, os blocos de 50 MHz do espectro de 2,3 GHz, que atualmente está presente no 4G, mas de forma regional, em especial para cidades que não possuem sinal com a rede LTE.
A grande vencedora neste caso foi a Claro, após uma disputa com a Vivo nos lotes E3 (SP), E5 (Centro-Oeste) e E6 (Sul). Os valores investidos foram de R$ 750 milhões, R$ 151 milhões e R$ 210 milhões, respectivamente. A América Móvil, empresa que controla a Claro, também vai investir R$ 72 milhões pelo bloco E1 (Norte) e R$ 32 milhões pelo lote E8 (Triângulo Mineiro, partes de MT e de SP).
A Brisanet também levou uma fatia dessa faixa, arrematando o bloco E4 (Nordeste) pela quantia de R$ 111 milhões em pagamentos e investimentos para o serviço na região. A Vivo, por sua vez, ficou com o E7 (Sudeste, exceto SP), por R$ 176,4 milhões.
Nos lotes F, foram vendidos blocos de 40 MHz no mesmo espectro dos 2,3 GHz. A Vivo aparece novamente como vencedora, arrematando os blocos F1 (Norte) e F4 (São Paulo), por R$ 20 milhões e R$ 231 milhões, respectivamente. Os blocos F6 (Sul) e F7 (Sudeste, menos SP), quem levou foi a TIM pelo valor de R$ 94,5 milhões e R$ 450 milhões, respectivamente.
Para fechar a conta, a Algar Telecom investiu R$ 57 milhões pelo lote F8 (Nordeste e partes do Centro Oeste e Sudeste).
26 GHz - ondas milimétricas
Os lotes G ainda foram leiloados se segunda sessão do leilão que começou sexta-feira (5), às 9h. O potencial dessa frequência inclui atender as escolas com internet de alta velocidade.
Neste caso, a Claro e a Vivo fecharam a compra de 400 MHz e 600 MHz totais, respectivamente, com a responsabilidade atuação por 20 anos. A Claro investiu um montante de R$ 105,6 milhões, enquanto a segunda desembolsará R$ 158,4 milhões.
A TIM preferiu apostar nas linhas dos lotes H em que atuará nas redes regionais da região Sul do país, bem como a Sudeste (menos SP) com 400 MHz. A Algar Telecom também saiu vencedora nesta etapa do leilão, levando cinco dos seis lotes do total de 1 GHz nos 26 GHz para as 87 cidades de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, onde a empresa já atua.
Por fim, a Fly Link — prestadora do Triângulo Mineiro — ficou com um lote de 200 MHz. Já a Neko — companhia pertencente aos mesmos sócios da Surf Telecom — levou um dos blocos de São Paulo.
Com informações de Telesíntese.
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