Embora os serviços de mobilidade urbana atuarem com a lógica de escola, ou seja, atender o maior número possível de pessoas, estamos falando de um mercado muito complexo, no qual cada passageiro e motorista tem uma necessidade diferente. E dentre todos os públicos que frequentam o transporte por aplicativo, nenhum talvez seja tão vulnerável quanto o público feminino.
Em suma, são frequentes os relatos de preocupações durante as viagens. É por isso que algumas empresas como, a Lady Driver, e a Baby Pass, surgiram para atender a demanda do público. Ademais, a Uber (U-elas) e a 99 (99Mulher) também contam com um programa de incentivo para que mais mulheres se tornem motoristas das plataformas.
Em geral, se tratam de projetos com propostas e desenvolvimentos parecidos: ferramentas disponíveis somente para as motoristas mulheres, que possibilitam que elas escolham aceitar apenas corridas solicitadas por mulheres. Diante disso, confira abaixo, todos os detalhes sobre esses projetos, além dos aplicativos exclusivos para as mulheres.
5 aplicativos para pedir "Uber" com motorista mulher
1. Lady Driver
A Lady Driver surgiu a partir de um caso de assédio sofrido pela nutricionista Gabryella Corrêa. Ao se sentir inconformada com a situação, e ao notar que não estava sozinha nesse barco, Gabriyella lançou a Lady Driver em 2017.
Esse foi o jeito que ela achou para tornar o transporte mais seguro para as mulheres. E o aplicativo é movido apenas por elas. Ou seja, apenas mulheres podem ser motoristas e passageiras. Sendo assim, os homens podem participar de corridas no app somente como acompanhantes das passageiras.
O app já tem mais de 60 mil motoristas cadastradas, 1.500.000 downloads do app de passageiro, e mais de 5 milhões de corridas solicitadas, conforme o site da empresa. Ele está disponível em 49 cidades de 13 estados do Brasil e até mesmo em uma cidade nos Estados Unidos: Maryland.
- Ceará: Fortaleza;
- São Paulo: Jundiaí, Campinas, Mogi Guaçu, Taubaté, Tremembé, Guarulhos, Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Santo André, São Caetano, São Bernardo, Mauá, Diadema, Osasco, Barueri, Carapicuíba, São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Pindamonhangaba e Sorocaba;
- Rio Grande do Sul: Santa Maria;
- Minas Gerais: Uberaba, Uberlândia e Montes Claros;
- Amazonas: Manaus;
- Rio de Janeiro: Volta Redonda, Pinheiral, Petrópolis, Miguel Pereira, Paty do Alferes;
- Bahia: Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Camaçari e Mata de São João;
- Santa Catarina: Joinville, Chapecó, Maringá, Cordilheira Alta, Xaxim e Xanxerê;
- Goiás: Goiânia;
- Distrito Federal: Brasília;
- Mato Grosso: Sorriso;
- Sergipe: Aracaju;
- Paraná: Curitiba.
2. BabyPass
Outro serviço com foco em mulheres é o BabyPass. Em suma, o aplicativo tem como principal diferencial, o transporte seguro de crianças. A demanda, que partia muito de mães e mulheres com crianças, aos poucos cresceu, por conta da segurança transmitida pelas mulheres no volante.
A partir disso, o app também tem como caracterísitca, o transporte voltado para as mulheres, mesmo quando não estão acompanhadas de crianças. Atualmente, o BabyPass está presente em 18 cidades brasileiras:
- Rio de Janeiro;
- São Paulo;
- Belo Horizonte;
- Distrito Federal;
- Salvador;
- Curitiba;
- Porto Alegre;
- Pelotas;
- Londrina,
- Barueri;
- Guarulhos;
- Campinas;
- Niterói;
- Juiz de Fora;
- Vitória;
- Porto Velho;
- Maceió;
- São Luís.
3. U-Elas
A Uber não oferta uma categoria exclusiva para as mulheres. Entretanto, em outubro de 2019, a empresa anunciou o U-Elas - um recurso que possibilita que as motoristas ganhem somente corridas de outras mulheres.
O lançamento da funcionalidade foi anunciado com o programa Elas na Direção, uma parceria com a Rede Mulher Empreendedora. De acordo com a empresa, as mulheres correspondem a somente 6% de toda a base de motoristas parceiros que usam a plataforma Uber.
Segundo Claudia Woods, ex-diretora geral da Uber no Brasil, "Entendemos que esse é um primeiro passo para que, no futuro, tenhamos um número suficiente de mulheres dirigindo para também oferecer essa opção para usuárias mulheres com a mesma eficiência".
Por fim, o projeto piloto estreou nas cidades de Campinas, Curitiba e Fortaleza. Porém, em dezembro de 2020, a empresa expandiu para todas as operações no Brasil.
4. 99Mulher
A 99 também não tem uma categoria na qual as passageiras podem escolher motoristas mulheres. Porém, a funcionalidade 99Mulher, que estreou em março de 2021, possibilita que as motoristas ganhem apenas corridas de outras mulheres, assim como no U-Elas.
A 99Mulher integra um programa Mais Mulheres, um conjunto de iniciativas da 99 para atender o público feminino. De acordo com a empresa, nenhum incidente foi notificado durante a fase de testes do recurso, e ainda foi capaz de reduzir em 5%, os casos de assédio no 2º semestre de 2020.
Ademais, a 99 também estreou a medida Patrulha 99. Em geral, trata-se de um serviços que manda equipes especializadas, em motocicletas ou carros, para prestar apoio presencial aos motoristas parceiros e passageiros, no caso de emergência de segurança durante viagens pela plataforma.
O recurso não foi criado pensando exclusivamente no público feminino. Entretanto, pode ser de grande utilidade à elas. No momento, a Patrulha 99 está disponível apenas na capital paulista, embora a empresa pretenda expandir o projeto para outras regiões no futuro.
5. NINA
Ademais, há outras tecnologias que surgem para apoiar a segurança, que é cada vez mais exigido pela sociedade como um todo. Uma dessas é a NINA, uma startup e consultoria que fornece tecnologia integrada a vários aplicativos para rastrear denúncias de assédio e violência.
De acordo com Simony Cesar, fundadora e CEO da empresa,
"As mulheres denunciam pelo app e, com isso, as empresas de ônibus são notificadas a coletar e salvar as imagens da agressão, que são enviadas para a Polícia Civil em 72 horas. E a vítima recebe a orientação de onde deve buscar acolhimento e registrar a queixa".
Por fim, o sistema ajuda a melhorar a qualidade de vida das mulheres de Fortaleza, por exemplo. Na capital cearense a tecnologia já está integrada as câmeras dos ônibus, local que, historicamente, coloca as mulheres em posição de vulnerabilidade.
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