A batalha jurídica da Epic Games contra grandes empresas de tecnologia continua, desta vez focada no lançamento mais recente da desenvolvedora, a Epic Games Store. A Epic entrou com um processo contra o Google e a Samsung, alegando que as empresas estão dificultando a instalação de aplicativos de terceiros nos dispositivos, em uma espécie de conspiração.
Epic Games processa Google pela segunda vez
Este é o segundo processo da Epic Games contra o Google, sendo que o primeiro terminou em dezembro deste ano em favor da Epic. Agora, o principal alvo é a Samsung, devido ao recurso "Auto Blocker", que vem pré-ativado em novos aparelhos da marca sul-coreana. Esse recurso bloqueia a instalação de aplicativos de fontes não autorizadas, sendo que as "fontes autorizadas" são atualmente apenas a Play Store e a loja da Samsung. A Epic argumenta que isso impede a instalação de lojas de terceiros e não oferece um processo claro para classificar outras fontes como autorizadas.
A Epic Games Store foi lançada globalmente para Android em agosto, e também está disponível para iPhones na União Europeia, onde uma nova legislação obriga a Apple a permitir lojas alternativas. A Epic alega que o recurso "Auto Blocker" foi introduzido em dispositivos Samsung pouco antes do lançamento da sua loja, dificultando a instalação de aplicativos concorrentes. Em um teste realizado, não foi possível instalar o aplicativo da Epic Games enquanto o "Auto Blocker" estava ativado, e a mensagem de bloqueio não forneceu instruções claras sobre como desativar o recurso.
A Epic alega que o "Auto Blocker" não visa proteger os usuários contra malware, mas sim bloquear a concorrência, pois não faz uma análise de segurança antes de bloquear a instalação de apps, permitindo apenas os da Samsung e da Play Store. A empresa espera que o processo legal traga mais evidências para fundamentar a acusação de barreira anticompetitiva, similar ao processo anterior contra o Google.
CEO da Epic Games falou sobre o caso
O CEO da Epic Games, Tim Sweeney, destacou que a luta não é apenas pelo interesse da empresa, mas também pelos desenvolvedores que desejam uma chance justa de alcançar os usuários. Ele chegou a pedir para a Samsung que desativar o "Auto Blocker" por padrão ou para oferecer um processo justo autorizando outros apps, mas as negociações não avançaram, resultando na ação judicial.
Embora apenas dois modelos da Samsung tenham sido lançados com o "Auto Blocker" até o momento, a Epic acredita que isso já foi suficiente para prejudicar a expansão da Epic Games Store. A loja já alcançou mais de 10 milhões de instalações, mas ainda está longe da meta de 100 milhões de downloads até o final do ano. A Epic também espera que o resultado do caso influencie o futuro do mercado de lojas de aplicativos, possivelmente obrigando o Google a incluir a Epic Games Store no Google Play Store.
Sweeney enfatizou que, até agora, a Samsung é a única empresa que implementou essa barreira, e a Epic está preparada para agir caso outras companhias adotem medidas semelhantes.
Fonte: The Verge
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