O Telegram anunciou uma importante mudança em sua política de privacidade. Agora, a plataforma poderá fornecer às autoridades judiciais os números de telefone e endereços IP de usuários suspeitos de atividades criminosas, desde que receba uma ordem válida da Justiça. Por evitar colaborar com as autoridades, o Telegram tem sido alvo de várias críticas ao redor do mundo.

O que mudou na política de privacidade?

Segundo os novos termos do Telegram, a empresa poderá compartilhar informações de usuários que estejam sob investigação, caso haja uma ordem judicial que confirme o envolvimento da pessoa em atividades que violem os Termos de Serviço do aplicativo. Isso inclui crimes como envio de spam, golpes, promoção de violência, pornografia ilegal e vendas ilícitas.

Antes, a plataforma só fornecia dados em casos de suspeita de terrorismo, mas agora o escopo foi ampliado para combater uma série de crimes que têm sido facilitados pelo uso do Telegram. A nova política busca fortalecer o combate ao abuso da plataforma e evitar que ela continue sendo utilizada para fins criminosos.

Essa mudança ocorre semanas após a prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, que foi detido na França em agosto, sob acusações de facilitar o uso do aplicativo para crimes. Durov, que foi liberado após quatro dias, defendeu que o Telegram não é a "terra sem lei" que muitos acreditam ser, e destacou que as mudanças visam evitar o abuso da plataforma.

Em uma publicação recente, Durov afirmou que a funcionalidade de pesquisa do Telegram — que permite aos usuários encontrar canais públicos e bots — tem sido usada por algumas pessoas para vender produtos ilegais. Ele ressaltou que o Telegram está implementando inteligência artificial para identificar conteúdos problemáticos e melhorar a moderação.

Telegram diz que será mais transparente

Uma novidade importante é que, sempre que o Telegram compartilhar dados de usuários com as autoridades, essas ocorrências serão documentadas em relatórios trimestrais divulgados no canal de transparência da plataforma. Isso faz parte do compromisso da empresa em manter a transparência com seus usuários e garantir que essas ações sejam tomadas de maneira responsável e apenas em situações justificadas.

O Telegram tem enfrentado críticas pela forma como lida com conteúdo ilegal em sua plataforma. Reportagens apontam que a moderação frouxa permitiu o surgimento de milhares de canais dedicados a crimes como terrorismo, tráfico de drogas, extremismo e até material de abuso sexual infantil.

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