Brendan Carr, um dos comissários da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC), que é uma espécie de "Anatel americana", fez duras críticas à decisão do governo brasileiro de bloquear a rede social X (antigo Twitter) no país. Em uma carta direcionada a Carlos Baigorri, presidente da Anatel, Carr afirmou que a ação, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes é "ilegal" e "partidária".

Investidores americanos podem desistir do Brasil

O bloqueio do X foi justificado pelas autoridades brasileiras como uma medida para garantir o cumprimento da Constituição, mas Carr vê o movimento como censura governamental. Ele também expressou preocupação com a Anatel, apontando que a agência tem adotado decisões "aparentemente ilegais" contra empresas dos Estados Unidos.

Um trecho dessa carta diz:

Essas ações punitivas —apoiadas publicamente pela administração Lula — já estão reverberando amplamente e abalando a confiança na estabilidade e previsibilidade dos mercados regulados no Brasil. Líderes empresariais dos EUA estão abertamente questionando se o Brasil está no caminho de se tornar um mercado ‘ininvestível’."

Um dos pontos mais graves destacados pelo comissário foi a ameaça de revogação das licenças da Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, mesmo sem qualquer infração comprovada por parte da companhia.

Na carta, Carr reconhece a soberania do Brasil para gerir suas questões internas, mas alertou que as ações do governo estão abalando a confiança de investidores americanos no mercado brasileiro, tornando o país um potencial risco para novos investimentos.

Por fim, o comissário da FCC se ofereceu para visitar o Brasil e se reunir com Baigorri pessoalmente, com o objetivo de discutir e resolver as tensões. Ele destacou a importância de manter a parceria entre a FCC e a Anatel, baseada em princípios de independência e estado de direito, que são fundamentais para a cooperação e o investimento mútuo entre os dois países.

Fonte