Nesta quarta-feira (18), usuários brasileiros da plataforma X, antigo Twitter, puderam acessar o serviço novamente. No entanto, o retorno temporário da rede social não foi consequência de uma autorização oficial, mas de uma manobra técnica da empresa para contornar o bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Percebendo a situação, o ministro Alexandre de Moraes decidiu multar a rede social e a Starlink, ambas de Elon Musk.
X fez uma manobra técnica para voltar a funcionar
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou o breve restabelecimento do X no Brasil e afirmou que a plataforma demonstrou uma "intenção deliberada de descumprir a ordem do STF". Diante desse cenário, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu multar a empresa e a Starlink, em R$ 5 milhões por dia, a partir de quinta-feira (19).
Segundo a Anatel, a mudança de servidores do X permitiu que a rede social ficasse acessível brevemente no Brasil. A rede social, que foi suspensa em agosto, transferiu parte de sua infraestrutura para servidores da Cloudflare para manter suas operações na América Latina. Com isso, conseguiu restabelecer o serviço no Brasil temporariamente.
A Anatel, após identificar o problema, entrou em contato com a Cloudflare, que isolou o tráfego da rede social no país. A decisão foi publicada como edital de intimação e determina que o X "imediatamente suspenda a utilização de seus novos acessos" por meio de servidores de redes de distribuição de conteúdo (CDNs) como Cloudflare, Fastly, Edgeuno, entre outros, que estavam sendo usados para driblar o bloqueio.
A resposta da Anatel
Em nota oficial, a Anatel criticou o que chamou de "dedicação" do X em desrespeitar as ordens judiciais, destacando que a empresa parece intencionalmente tentar contornar as decisões do STF.
"A conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF", disse a agência.
A Anatel alertou ainda que novas tentativas de burla ao bloqueio serão tratadas com as "providências cabíveis".
O que diz o X?
Em resposta às acusações, o X emitiu um comunicado explicando o motivo técnico por trás do retorno temporário.
"Quando o X foi desligado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço para a América Latina não estava mais acessível para nossa equipe. Para continuar fornecendo serviço ideal para nossos usuários, mudamos de operadora. Essa mudança resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para usuários brasileiros", disse a empresa.
A plataforma também afirmou que, embora espere que o serviço fique inacessível novamente em breve, está trabalhando com o governo brasileiro para retornar o serviço para seus usuários no país.
Elon Musk provoca o STF e o X tenta reverter bloqueio
Além das medidas técnicas, Elon Musk, CEO do X, não deixou de provocar o Supremo Tribunal Federal. Em uma postagem feita no próprio X, Musk escreveu: "Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia", fazendo alusão às recentes manobras da empresa para restaurar o serviço.
Apesar das provocações, a rede social também parece estar se movimentando para atender às exigências da justiça brasileira. Na noite de quarta-feira (18), alguns perfis sob investigação do STF foram suspensos da plataforma, em conformidade com as demandas das autoridades do país.
Segundo informações da Folha de São Paulo, Musk também está em contato com advogados brasileiros para nomear um representante legal no Brasil, embora a escolha esteja sendo dificultada pela possibilidade de novas infrações que a rede social pode enfrentar no futuro.
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