Na manhã de quarta-feira (18), a rede social X, antigo Twitter, voltou a bloquear perfis que haviam sido anteriormente desbloqueados, atendendo a ordens judiciais. Entre os perfis afetados estão figuras conhecidas como o influenciador Bruno Aiub, também conhecido como Monark, e o blogueiro de direita Allan dos Santos. Esse movimento ocorreu pouco depois de a rede social ter restabelecido brevemente seu funcionamento no Brasil.
Bloqueio de perfis e cumprimento judicial
O bloqueio desses perfis no Brasil parece ser um esforço da plataforma para atender às determinações judiciais impostas pelo STF, que investigava essas contas por supostas violações às leis brasileiras. Antes do X ser desativado no Brasil, essas contas estavam ativas, mas agora, ao que tudo indica, a rede social voltou a cumprir as ordens de bloqueio específicas.
As contas bloqueadas estão restritas apenas no Brasil, o que reforça a ideia de que a plataforma pode estar tentando alinhar-se às exigências das autoridades brasileiras. Isso também sugere que o X está se preparando para indicar um representante legal no país, como é exigido pela justiça.
X volta a funcionar no Brasil, mas segue bloqueado
A reativação temporária da plataforma e o bloqueio dos perfis vieram após uma alteração técnica no funcionamento do X. Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), a rede social fez uma atualização que modificou sua infraestrutura operacional. A plataforma passou a utilizar novos endereços de IP dinâmicos fornecidos pela Cloudflare, empresa especializada em segurança e distribuição de conteúdo na internet. Essa mudança permitiu que o X driblasse temporariamente o bloqueio das operadoras brasileiras.
Antes da alteração, a rede social operava com um IP fixo, o que facilitava o bloqueio pela Anatel e pelas empresas de telecomunicações no Brasil. Com o uso dos novos IPs dinâmicos, bloquear o X se tornou mais desafiador, já que isso poderia afetar outros serviços cruciais que também utilizam a Cloudflare, como grandes empresas, bancos e até aeroportos.
Em resposta às acusações de manobrar o bloqueio, o X emitiu um comunicado explicando o motivo técnico por trás do retorno temporário.
Quando o X foi desligado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço para a América Latina não estava mais acessível para nossa equipe. Para continuar fornecendo serviço ideal para nossos usuários, mudamos de operadora. Essa mudança resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para usuários brasileiros", disse a empresa.
A plataforma também afirmou que, embora espere que o serviço fique inacessível novamente em breve, está trabalhando com o governo brasileiro para retornar o serviço para seus usuários no país.
O X vai voltar de forma oficial?
O X parece estar se ajustando para cumprir as exigências da justiça brasileira, como demonstrado pelo bloqueio de contas relacionadas às investigações do STF. O CEO da plataforma, Elon Musk, já está em contato com advogados brasileiros para nomear um representante legal no país, o que pode indicar uma tentativa de regularizar a situação da rede social no Brasil.
No entanto, a situação permanece incerta. A disputa entre o X e o STF ainda está longe de uma resolução definitiva, e novas tentativas da rede social de contornar as decisões judiciais podem resultar em sanções mais severas.
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