Desde que o WhatsApp anunciou que mudaria a sua política de privacidade e uso, uma grande polêmica repercutiu em todo o mundo. Enquanto alguns usuários simplesmente deixaram de utilizar o mensageiro verde porque não concordam com as mudanças, outros se sentem ameaçados a esse ultimato por saber que se não aceitarem, perderão acesso a recursos importantes da plataforma.
Em meio a esse cenário, um órgão regulador da Alemanha afirmou que estas questões não são legais de acordo com as regulamentações estabelecidas no país e que valem para todas as empresas detentoras de dados sobre clientes, usuários ou funcionários. O comunicado traduzido diretamente do alemão, diz:
"As disposições sobre a transferência de dados estão espalhadas por diferentes níveis da declaração de proteção de dados, não são claras e difíceis de distinguir entre suas versões europeias e internacionais. Além disso, seu conteúdo é enganoso e há contradições consideráveis.
Mesmo após uma análise mais detalhada, não se pode ver quais as consequências que o consentimento tem para os usuários. Além disso, o consentimento não é dado voluntariamente, pois o WhatsApp exige o consentimento das novas disposições como condição para o uso contínuo das funcionalidades do serviço."
As partes destacadas em negrito são as mais cruciais do texto, e informam que o WhatsApp está obrigando os seus usuários a aceitarem a sua nova política de privacidade e caso não o façam, eles são chantageados com a perda de algumas funções do aplicativo como responder mensagens, atender e realizar chamadas, e assim por diante. Além disso, o órgão diz que após realizar uma análise detalhada, é difícil saber o que está sendo compartilhado e como isso realmente afeta os usuários.
O órgão regulador responsável pela abertura desse processo na Alemanha ainda emitiu uma proibição de emergência de três meses que impede o Facebook de continuar com a coleta de dados e abriu uma solicitação a um painel de reguladores de dados de toda a União Europeia para que haja coerência em todos os países envolvidos, a fim de seguirem o mesmo protocolo como um padrão.
O que o Facebook diz?
O Facebook, detentora dos direitos do WhatsApp desde 2014, negou as alegações e diz que isso não impedirá a implantação da nova política. Também chamou a resposta do órgão alemão como "baseada em um mal-entendido fundamental", dando a entender que existe uma falha na interpretação do texto.
Enquanto isso, a demanda de usuários que deixam de usar o WhatsApp é grande, e continuamente recorrem a outras alternativas como o Telegram e Signal, por exemplo. O Facebook tem sido amplamente criticado por suas novas mudanças de política e essa polêmica parece estar longe de acabar. O prazo máximo para os usuários decidirem se vão aceitar a nova política encerra no próximo sábado, 15 de maio.
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