A linha Redmi sempre esteve em destaque no portfolio da chinesa Xiaomi, pelo grande interesse do público em seus dispositivos com bom custo x benefício. Há não muito tempo, o que se chama de "Redmi" passou a funcionar como uma marca independente, embora mantenha todas as ligações com a matriz.
O primeiro aparelho lançado nesse modelo foi o Redmi Note 7. Disponibilizado no início deste ano, ele agregou muitos fãs por apresentar bonito design em vidro e câmeras traseiras que tiravam boas fotos à noite. Mas a indústria chinesa não brinca em serviço e seu ciclo de lançamentos está mais frenético do que nunca. Por isso, no segundo semestre, recebemos o Redmi Note 8, uma levíssima mexida no que já funcionava bem.
Review Xiaomi Redmi Note 8
Confira abaixo as especificações técnicas:
- Proteção Água: Não
- Sistema: MIUI 11 e Android 9 Pie
- Processador: Qualcomm Snapdragon 665
- Memória RAM: 4 GB e 6 GB
- Armazenamento: 64 GB e 128 GB
- Tela - Tipo: IPS
- Tela - Tamanho: 6.3
- Tela - Resolução: 2340 x 1080
- Câmera principal: 48 MP, f/1.8, 26mm (wide), 1/2.0, 0.8µm, PDAF
- Câm. Selfie: 13 MP, f/2.0, (wide), 1/3.1
- Bateria: 4000 mAh
- Carregador: 18W
Xiaomi Redmi Note 8 - Veja aqui a ficha técnica completa
Design e sistema
A estrutura do Note 8 é parecida com a de seu antecessor. Temos a mesma tela LCD IPS de 6.3 polegadas, com qualidade satisfatória e recorte em gota sutilmente mais discreto na parte superior. Não sou fã da inserção da marca "Redmi" na pequena borda inferior, mas o degradê com a cor da traseira invadindo essa área me parece simpático. A traseira, aliás, mantém o vidro em toda a sua extensão, o competente leitor de digitais centralizado, e agora é colorida com degradês que viraram tendência neste fim de ano. A adição mais clara foi a de lentes na câmera traseira, da qual falamos adiante.
Para os desavisados, é importante lembrar que a Redmi continua usando o mesmo sistema que qualquer outro Xiaomi, ou seja, Android com a interface MIUI por cima. Durante meus testes, Android 9 Pie com MIUI 10. Julgo que esse conjunto é sempre um ponto positivo para os aparelhos que o embarcam, já que é um software bonito e cheio de funções úteis, como a clonagem de aplicativos (para que se usem 2 WhatsApps, entre outros), o bloqueio deles com impressão digital, além de serem disponibilizados vários temas para personalização dos visuais. É uma questão de gosto e, no meu, o sistema é um barato.
Performance e bateria
Tão pouco tempo entre um lançamento e outro fez com que a experiência de se usar o aparelho seja muito próxima à que oferecia seu antecessor. O processador é um Snapdragon 665, chip que, tecnicamente, até pode perder para o 660 do Note 7 em alguns testes, embora tenha melhor eficiência energética e traga chip gráfico superior. Na prática, a sensação que tive ao usar o telefone foi exatamente a mesma, nem melhor, nem pior.
É um smartphone eficaz, que abre apps em boa velocidade e oferece performance razoável no manejo de WhatsApp, Telegram, Instagram, YouTube e outros apps populares. Assim que comecei a usá-lo, percebi algumas lentidões estranhas, que se estabilizaram em dois ou três dias. Talvez houvesse atualizações em curso ou algo do gênero.
Durante minha utilização, houve um ou outro momento em que o Note 8 "engasgou" em apps, pedindo alguns segundos a mais para abri-los ou perdendo fluidez ao deslizar por suas interfaces. Mas esses instantes não foram a regra, e avalio que o aparelho roda de forma eficiente até mesmo para os que já têm algum nível de exigência.
Para os gamers de plantão, os resultados estão garantidos. Joguei o novo Call of Duty Mobile com gráficos decentes e boa fluidez, uma jogatina satisfatória. Claro, este não é um celular para aficionados. Não se deve esperar os gráficos mais altos e taxa de quadros 200% naqueles títulos mais pesados, mas aos que curtem jogos e têm orçamento que morre no Redmi Note 8, sim, ele se sai bem.
A boa eficiência energética do processador, juntamente com os 4000 mAh de bateria, me entregou benefícios práticos. Na maior partes dos dias, consegui cerca de 7h30 de tela ligada, com 25 horas de uso total. Isso envolveu redes sociais, câmera, músicas e vídeos via streaming. Este é um telefone com ótima autonomia, e não deve deixar na mão até mesmo os que têm maior demanda.
Câmeras
Existem duas novas lentes na parte de trás. O sensor principal tem 48 megapixels e, na maior parte do tempo, deve tirar fotos com 12 megapixels, por juntar 4 daqueles iniciais em 1 mais iluminado, melhorando a performance em baixa luz. As novidades são a lente wide de 8MP, para imagens com ângulo aberto, e a lente macro de 2MP, para fotos bem próximas do assunto. A lente restante não é usada de forma direta, pois serve apenas para ajudar no desfoque de fundo do modo retrato.
Eu gostei dos resultados. Tanto a lente principal quanto a wide geram fotos com cores interessantes, e isso me surpreendeu principalmente na lente wide, que não está ali apenas para fazer figuração. Em certos momentos, me parece que ela carrega um pouco o contraste das imagens, fazendo com que se percam informações em áreas de sombra. Mas ela é um dos principais pontos que traduzem a "leve mexida" recebida pelo modelo.
As fotos à noite são boas, principalmente se comparadas a aparelhos intermediários lançados há dois ou três anos. A nitidez é mantida em cenários de iluminação mista, com ruídos um pouco mais fortes em áreas como o céu. Essas falhinhas devem ser percebidas pelos mais exigentes, embora os resultados sejam apropriados para redes sociais.
A lente macro, honestamente, não me empolgou. De fato, ela consegue finalizar fotos nítidas quando muito próxima do objeto. Mas, com 2MP e ótica mais simples, fiquei com a impressão de que, em muitos casos, foi simplesmente melhor utilizar a lente principal e realizar um recorte posterior para chegar perto.
Já a lente que serve para modo retrato, essa realizou bom serviço, juntamente com o software de pós-processamento da Xiaomi. O Redmi Note 8 faz desfoques muito competentes, principalmente quando se configura a intensidade do efeito para algo na metade ou abaixo. Em algumas configurações de luz, esse modo faz com que se perca alguma intensidade de cor ou que a tonalidade não seja a mais adequada, mas eu sempre consegui corrigir isso para o meu gosto em edições simples no Google Fotos - muitas vezes, a correção automática, de um toque, fez o serviço.
A câmera frontal, de 13 megapixels, está no mesmo patamar de várias outras no segmento. Ela é OK, tira fotos com definição boa, embora ainda com aquele efeito de suavização típico de fabricantes asiáticas, que "plastificam" um pouco o sujeito, mesmo quando não há modo embelezamento ativado. Há quem goste disso, já que serve como um Photoshop pré-pronto para o Instagram.
Não posso dizer que houve clara evolução nas câmeras do Redmi Note 8 quando comparado à versão anterior. Talvez eu tenha gostado mais do modo retrato e também da coloração em fotos durante o dia, mas é subjetivo. A adição da lente wide é o grande trunfo, já que, de fato, ela permite enquadramentos diferenciados. E eu não poderia deixar de citar minha insatisfação com os resultados obtidos pela câmera frontal quando filma à noite em stories do Instagram: nenhuma evolução sobre o Note 7, e o que se vê são fantasmas na imagem e baixa definição. Em melhor iluminação, as imagens são boas e o som não é tão metalizado quanto o de Xiaomis mais antigos.
Veredito e preços
- Ótima construção
- Boa bateria
- A lente wide é legal
- Desempenho estagnado
- Stories com a frontal são fracos
Este é, realmente, um aparelho parecidíssimo com seu antecessor. Se o histórico da linha Redmi mostra que não costuma haver grandes evoluções entre um modelo e outro, o menor ciclo para este lançamento deixou isso ainda mais evidente. Por isso, no cotidiano, usar o Redmi Note 7 e o novo Note 8 resultou em experiências quase idênticas. Entretanto, para quem é fã da marca e está prestes a comprar um celular agora, as leves evoluções desta versão, como a câmera wide e a autonomia um pouco melhor, justificam sua escolha, mesmo por valor um pouco superior.
A Xiaomi trouxe o Redmi Note 8 de forma oficial ao Brasil pelo valor tabelado de 1799 reais. É menos do que se cobrou pelo 7, quando desembarcou por aqui. Esta versão assegura suporte e garantia nacional, que duram 12 meses como em qualquer aparelho de outras marcas locais. Mas o modelo também é amplamente vendido por importadoras com valores consideravelmente menores, em torno de 1000 reais. A garantia e seu funcionamento variam de acordo com o fornecedor, tendendo a ser muito mais restrita. Ainda assim, esta costuma ser a forma de aquisição preferida dos usuários, um desafio e tanto para a Xiaomi, caso tenha mesmo interesse em reverter o quadro.
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