Ao que tudo indica o YouTube planeja inserir mais um serviço no seu portfólio. Trata-se de um serviço pago de música que, a princípio, será lançado em março de 2018.
O novo serviço poderia ajudar a acalmar os ânimos dos executivos da indústria da música que ficam pressionando a empresa por participações cada vez maiores vindas do YouTube.
Segundo o Bloomberg, a Warner Music Group, uma das três maiores gravadoras do mundo, já assinou com a Gigante das Buscas, enquanto que negociações com os outros grandes nomes estariam acontecendo: Sony Music Entertainment e Universal Music Group (com as quais ele já negocia há mais de 1 ano), Vevo (que é propriedade das 2 gravadoras acima e que regula, agrupa e distribui vídeos de, praticamente, todos os grandes artistas), além da Merlin, um grupo de gravadoras independentes.
Além disso o YouTube negocia paralelamente com os artistas para buscar ajuda na aceitação e promoção do novo serviço.
A nova cartada parece ser um realinhamento de prioridades já que o Google deve se lamentar diariamente por não ter emplacado no mercado de streamings de áudio assim como Spotify e Apple Music, os 2 maiores do ramo. Somente o Spotify teve mais de 2 bilhões de dólares em receitas em 2015.
E uma nova empreitada desse tipo pode não ser boa somente para o Google ou para os usuários, mas também para a indústria fonográfica, onde quanto mais competidores no cenário, melhor. Pelo menos é o que indicam os números após a estreia dos serviços pagos de música citados acima. Ao serem introduzidos e popularizados notou-se um que a indústria da música foi novamente estimulada, trazando consigo uma recuperação nos negócios. Foi depois do surgimento destes serviços que o mercado das gravadoras voltou a crescer, após duas décadas de declínio.
Segundo as grandes gravadoras, que apoiam fortemente a ideia de um novo serviço vindo do Google, o crescimento seria ainda mais significativo para o próprio YouTube já que a música é um dos gêneros mais populares de vídeo no site, atraindo mais de um bilhão de usuários por mês (todos gratuitos, é verdade).
Importante lembrar que o Google já se aventurou por este negócio e, embora não tenha sido por falta de tentativas, não obteve o mesmo sucesso que os outros produtos da empresa. O seu primeiro serviço de transmissão exclusiva de áudio foi o Google Play Music, em 2011 (que no início deste ano teve boa parte de sua equipe remanejada para o YouTube, como se o Google estivesse aceitando a derrota e morte da plataforma).
Na sequência veio YouTube Music Key, em 2014, que oferecia vídeos de música sem anúncios (você chegou a ouvir falar nele?) e, por fim, o YouTube Red ano passado, uma evolução do YouTube Music Key e que permite que os usuários assistiam qualquer vídeo sem propaganda e não mais só os de música.
Cumpre dizer que, embora a indústria da música tivesse esperado que o Red cumprisse esse papel de dedicação à música, o YouTube o direcionou para algo mais parecido como uma Netflix do que um Spotify. Hoje o YouTube Red desenvolve videos originais que vão da comédia e games até "Lazer Team" um remake de "The Karate Kid", além dos conteúdos originais dos próprios youtubers.
Assim, o novo serviço, internamente designado como Remix, viria para ser focado em streaming de áudio, porém com um elemento extra proveniente do próprio YouTube: clipes de vídeo.
Para tocar o novo negócio o YouTube contratou o ex-executivo da Warner Music, Lyor Cohen, ainda em 2016. Ele vai gerenciar as novas operações de música do Google.